O general Walter Braga Netto (PL) está preso em um alojamento com armário, geladeira, ar-condicionado, televisão e banheiro privativo. A chamada “prisão especial” é um direito garantido a militares antes da condenação, permitindo que oficiais fiquem detidos em unidades militares, e não em celas convencionais. As informações são da TV Globo.
Braga Netto foi preso no último sábado (14) pela Polícia Federal, acusado de tentar obstruir as investigações sobre a tentativa de impedir a posse do governo eleito em 2022. Ele está detido no comando da 1ª Divisão do Exército, localizada na Vila Militar, no Rio de Janeiro — unidade subordinada ao Comando Militar do Leste (CML), que Braga Netto comandou entre 2016 e 2019.
O general, que tem direito a quatro refeições diárias (café da manhã, almoço, jantar e ceia), ocupa um espaço improvisado, uma vez que o Exército no Rio de Janeiro não possuía estrutura adequada para isolar um general de quatro estrelas, a patente de Braga Netto.
A prisão preventiva do militar foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e mantida em audiência de custódia pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha.
Candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, Braga Netto é um dos alvos da operação Contragolpe, que apura o planejamento de um suposto golpe e a tentativa de homicídio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes. A PF alega que o general buscou atrapalhar a produção de provas, atuando para obter informações sobre a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Além disso, Braga Netto é acusado de financiar monitoramentos ilegais, planejamentos de sequestros e, possivelmente, homicídios de autoridades.
