Barragem que abastece Mutuípe, Jiquiriçá e Ubaíra está completamente assoreada

Assoreamento compromete capacidade de armazenamento de água.

No último domingo (8), o promotor ambiental do recôncavo baiano, Dr. Julimar Barreto, visitou a Cachoeira dos Prazeres para acompanhar a finalização dos trabalhos de requalificação do local. Durante a visita, uma situação alarmante chamou a atenção: a barragem que abastece os municípios de Mutuípe, Jiquiriçá e Ubaíra está severamente assoreada.

Do mirante em construção na parte alta da cachoeira, foi possível observar bancos de lama e areia próximos à contenção da barragem. Atualmente, o espelho d’água apresenta menos de 20 cm de profundidade. Além disso, a vegetação macrófita, um indicativo do assoreamento, já domina grande parte do espaço.

Pedido de intervenção à Embasa

O promotor recebeu pedidos para intervir junto à Embasa (Empresa Baiana de Água e Saneamento) e buscar soluções para o problema. Ele solicitou que uma representação oficial seja enviada ao Ministério Público, para que medidas sejam tomadas. Caso a Embasa não atue, ele mencionou a possibilidade de acionar a Justiça.

Em conversa com o engenheiro ambiental Leandro Leal, foi alertado que o avanço do semiárido está afetando a nascente do Rio Boqueirão, principal manancial que abastece a barragem. Leandro destacou que, se nada for feito, a solução futura poderá ser a utilização do Rio das Velhas para captação de água.

Risco ao abastecimento de água

Com o assoreamento, o reservatório tem perdido a capacidade de armazenamento, servindo apenas como regulador de vazão para a Cachoeira dos Prazeres. A falta de intervenções por parte da Embasa pode comprometer gravemente o abastecimento de água durante o verão, período de maior consumo.

A barragem fica ao lado da central de captação da Embasa, no Vale do Jiquiriçá.

A equipe de redação do Mídia Bahia entrou em contato com o escritório local da Embasa para obter um posicionamento sobre o problema. Até o momento, aguarda-se uma resposta oficial da empresa.