Bahia tem queda de 97% no número de profissionais cubanos entre 2018 e 2023 no Programa Mais Médicos

O Programa Mais Médicos foi criado em 2013 pelo Governo Federal para levar profissionais de saúde para regiões do país que enfrentam dificuldades para contratar médicos. Desde então, o programa tem passado por diversas mudanças e polêmicas, e uma delas diz respeito à saída dos médicos cubanos que atuavam no Brasil.

Em novembro de 2018, o governo de Cuba anunciou a saída dos médicos cubanos do programa, em resposta às declarações do então presidente eleito Jair Bolsonaro, que criticava o fato de o governo cubano ficar com a maior parte da remuneração desses profissionais. Com a saída dos cubanos, diversos municípios brasileiros ficaram sem médicos.

No caso da Bahia, estado nordestino com grande número de municípios em situação de vulnerabilidade social e econômica, a queda no número de médicos cubanos foi bastante expressiva. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2018, havia 846 médicos cubanos atuando no estado, o que representava 72% do total de médicos do Programa Mais Médicos na Bahia. Em 2023, porém, esse número caiu para apenas 27 profissionais, uma queda de 97%.

Essa diminuição no número de médicos cubanos no programa tem gerado preocupação entre autoridades e profissionais de saúde, que alertam para a possibilidade de aumento da falta de médicos em regiões vulneráveis. Além disso, a pandemia de COVID-19 tem aumentado a demanda por profissionais de saúde em todo o país, o que torna ainda mais importante a manutenção do Programa Mais Médicos e a contratação de novos profissionais para atuar nessas regiões.