Pedro Pinto, de 89 anos, sempre teve uma saúde de ferro e vivia bem mesmo após a morte de sua esposa, há 15 anos. No entanto, há quatro meses, o idoso teve um AVC e precisou se mudar para a casa de uma das cinco filhas para viver sob seus cuidados. E foi lá que Pedro passou seus últimos meses de vida ao lado de quem viraria um grande companheiro.
Antônio Zorzal, de 75 anos, é casado há 40 anos com a filha de Pedro, Mathilde Pinto, mas nunca manteve uma relação próxima com o sogro. No entanto, após o AVC, a família determinou que o idoso se mudasse para a casa de Mathilde, por ter um espaço maior.
O local, em Domingos Martins, no Espírito Santo, é afastado da cidade e, por isso, a família decidiu fazer um rodízio entre os irmãos para que cada um passasse uma semana ao lado do pai. Porém uma companhia já era certa para Pedro: seu genro. Antônio passou a se dedicar a cuidar de Pedro, desde a alimentação até o horário do banho, e tudo sempre com muita paciência.
“Antônio é uma pessoa carinhosa, mas a gente se surpreendeu com o tamanho do sentimento”, diz Joviana Venturini, uma das filhas do idoso. Ela conta que a dupla costumava passar o dia conversando e vendo vídeos sobre a rotina no interior.
“Tinha um vídeo de um canal no YouTube que mostrava o dia a dia na roça e a gente ria, porque papai disse um dia para a gente: ‘Nossa, já mataram três porcos hoje’, só que era o mesmo vídeo três vezes”, relembra Joviana.
Até mesmo na hora da morte, Antônio esteve ao lado de Pedro. Minutos após rezarem, o idoso se despediu olhando para o genro.
Para Joviana, a mensagem que fica é amor. “Todo mundo participou um pouquinhos nos cuidados com o papai. Mas, o amor, não sei te explicar. Ele cuidou, foi carinhoso. Teve respeito no fim da vida. Para nós, foi lindo, foi muito emocionante.”
