Qual a professora que nunca recebeu um agrado, um carinho, um presentinho e, até mesmo, um lanchinho de um aluno? Um gesto (aparentemente) tão simples e afetuoso quase resulta na morte da professora Ednalva Souza, vítima de um envenenamento. Os suspeitos são três meninos com idades entre 7 e 8 anos, seus alunos.
Ednalva é professora do 2º ano do ensino fundamental no Educandário Santana Amorim, na rua Aiene Miranda, na Mata Escura, onde o fato aconteceu na última sexta-feira.
Uma testemunha informou que, na hora do lanche, Ednalva recebeu dos meninos um biscoito recheado contendo chumbinho, veneno usado no combate a ratos. Ela foi levada às pressas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Roberto Santos, de onde já teve alta.
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a professora foi internada na unidade com sinais de envenenamento. Mas, como a dose foi considerada pequena, ela passou por uma lavagem estomacal e foi liberada no mesmo dia.
Segundo um aposentado, avô de três alunos, os pais dos outros estudantes estão preocupados com a segurança dos filhos e até cogitam tirá-los da escola caso os três meninos permaneçam estudando na unidade. “Os pais e as mães estão de cabeça quente, não sabem se tiram ou não as crianças”, revela o homem, afirmado que está determinado a tirar os netos da escola, caso nenhuma providência seja tomada.
O proprietário da escola, um senhor de prenome Arlindo, foi procurado pela equipe de reportagem, mas não foi encontrado. Os pais dos meninos e a professora também foram procurados, contudo também não foram localizados. Até a tarde de ontem, nem os agentes da Delegacia de Tancredo Neves, nem do Posto da Polícia Civil do Hospital Roberto Santos tinham registro do fato. A assessoria de comunicação da Polícia Civil não soube informar onde o caso havia sido registrado.
A Tarde