Um advogado de Seabra, a 456 quilômetros de Salvador, foi assaltado pelo próprio cliente na região do município de Piatã, na Bahia. Segundo José Rosa Matos, ele ajudou a liberar o suspeito da prisão, mas teve o carro roubado quando se deslocava com o homem para pegar o dinheiro do pagamento.
O caso ocorreu no sábado (6) e o suspeito foi preso na segunda-feira (8). Nesta sexta-feira (12), a vítima foi até a delegacia de Piatã recuperar o veículo levado pelo cliente.
“Ele foi preso esse ano por vender carteira de habilitação falsa e eu consegui, há seis meses, que o juiz soltasse ele para responder em liberdade. Quando foi no sábado, ele me ligou e disse que tinha um dinheiro para receber de um fazendeiro e perguntou se eu podia pegar com ele. Eu também tinha um dinheiro para receber dele, por causa dos meus honorários, e fui. Quando nós pegamos a rodovia, ele mandou eu ir por uma estrada de chão, mas depois desistiu. Quando passamos de Piatã, uns dez quilômetros depois, ele mandou parar o carro. Quando parei, ele arrancou a chave do carro e pegou. Depois ele me ameaçou e, com uma chave de fenda, começou a gritar ‘perdeu, perdeu’. Disse que ia me sangrar e que tinham mais dois homens esperando no mato. Nisso eu saí correndo e ele foi embora com meu carro”, relatou o advogado aoG1.
José Matos conta que chegou a desconfiar da ação do suspeito durante a viagem, mas não acreditava que ele fosse capaz do roubo.
“Quando ele desistiu de entrar na estrada de chão, eu comecei a achar estranho. Eu também o vi mexendo na perna, como se tivesse uma arma, e comecei a perceber que ele poderia roubar meu carro. Fiquei em pânico, mas no meu interior pensava que ele não fosse capaz, por ser uma pessoa que eu ajudei, que eu conhecia a família. Ele morava em frente à minha casa e quando pegamos a estrada fomos conversando numa boa”, recorda.
Segundo o delegado Marcelo Matos Aguiar, que atende ao município de Piatã, o suspeito foi preso dois dias depois, no município de Wenceslau Guimarães, a 290 quilômetros de Salvador. Ele deverá ser transferido e responder por roubo.
“A gente aprende que o bem se paga com o bem e não com o mal. Ele, para mim, é um psicopata. Ajudei tanto ele, fui amigo dele, já fomos em festas juntos. Para mim, isso é revoltante. Soube que depois que ele pegou meu carro, ele foi para cidade dele e curtiu meu carro numa boa, como se nada tivesse acontecido. Pensei que ele tinha pego para desmanche, mas agiu como se fosse dono do veículo. Para mim, um cara desses não é normal”, contou o advogado.