Iraci Marreira nunca desistiu de encontrar seu filho Josenildo, que foi sequestrado aos 11 anos enquanto vendia salgadinhos que ela fazia. Ele foi levado do Acre para Santa Catarina por uma mulher desconhecida. Após muitas tentativas e percursos, o reencontro finalmente aconteceu.
O Reencontro
Josenildo, em busca de sua mãe, acabou na casa de uma tia. A tia, desconfiada, chamou Iraci e os irmãos de Josenildo. O coração de mãe de Iraci não se enganou: era realmente seu filho perdido, agora adulto. Iraci não conseguiu conter a emoção e o abraçou, expressando sua felicidade e a estranha sensação de ter ficado tanto tempo longe dele. Além de recuperar o filho, Iraci também ganhou dois netos.
A Perseverança de Iraci
Iraci nunca desistiu de reencontrar o filho, mesmo quando muitos ao seu redor tentavam convencê-la do contrário. Em 1995, ao assistir a novela “Explode Coração”, que tratava de crianças desaparecidas, ela renovou sua esperança de reencontrar Josenildo. Procurou ajuda do Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, mas foi desencorajada pela funcionária que afirmou que Josenildo provavelmente teria uma aparência muito diferente da foto que Iraci carregava. Apesar da tristeza, Iraci nunca desistiu.
Lembranças da Infância
Josenildo carregava memórias de sua infância. Durante suas andanças pelo Acre, perguntava sobre seu pai, um policial militar assassinado, e sobre sua mãe quituteira. Foi assim que chegou à casa da tia materna.
Dois Nomes
Enquanto Iraci procurava incansavelmente por Josenildo, ele também buscava por ela. Josenildo, cujo nome de batismo é Francisco, fugiu da casa da mulher que o sequestrou, viveu nas ruas e cometeu pequenos furtos até se estabelecer. Nunca desistiu da ideia de reencontrar sua mãe biológica. Com a ajuda de diversas pessoas, chegou ao Acre e à porta da tia.
Mudança de Nome
Após o reencontro, surgiu o problema da identidade. Josenildo teve que refazer sua carteira de identidade por questões legais. Na certidão de nascimento original, ele é Josenildo da Silva Marreira, nascido em Rio Branco em 1º de julho de 1975. No entanto, ele também tinha um registro em Senador Guiomard (AC) como Francisco Araújo Tigre, nascido em 4 de outubro de 1980. Com autorização judicial, ele passou a ter ambos os nomes, utilizando as duas famílias que a vida lhe deu. Agora, ele é Francisco Josenildo da Silva Marreira Tigre, mas é conhecido por todos como Neguinho. “O que facilita a minha vida é que todo mundo só me chama de Neguinho. Assim, ter esse monte de nome não muda nada”, afirmou ele.
Informações: O Globo