O linfoma de Hodgkin tipo IV, que foi diagnosticado na personagem Nicole, da novela Amor à Vida, é altamente tratável, tem índice de cura entre 80% e 90%, segundo a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH). Por outro lado, de acordo com a previsão do roteiro da trama, a garota, vivida pela atriz Marina Ruy Barbosa, deverá morrer nos próximos dias. A doença da personagem trouxe à tona a polêmica sobre cortar ou não os fios de cabelo da atriz e o diretor da novela, Walcyr Carrasco, decidiu que Nicole não raspará a cabeça. O diretor da ABHH, Carlos Chiattone, explica que o tumor que afeta a paciente de Amor á Vida ocorre em 10% a 20% dos doentes, normalmente crianças, e é mais comum no sexo masculino. “Pode ser considerado um modelo de doença oncológica, por ser o primeiro tumor sólido a ser curado, com tratamento efetivo e direcionado”, afirma o hematologista, que também é professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo. Atualmente, o tratamento mais aumenta a chance de cura e qualidade na sobrevida é a quimioterapia associada ao uso de anticorpos monoclonais. “Quando a doença é mais grave ou a pessoa teve recaída, daí entramos com o transplante de medula óssea, como terapia de salvamento, o que poderia ser o caso da personagem”, diz. Apesar de considerar positivo que o tema seja abordado em uma novela de horário nobre, o médico acredita que a abordagem deveria ser diferente, principalmente no destino que será dado à personagem na trama. “No caso de Nicole, o tema é abordado com um tom de que não há mais esperança para ela, que seu caso é terminal, o que distancia o público da verdade sobre a doença”, avalia. Informações da coluna de Cláudia Collucci da Folha.
