A corrida faz muito bem para a saúde e isso não é novidade, mas um estudo feito pelo Instituto Cooper, nos Estados Unidos, mostrou que a atividade pode, inclusive, fazer você viver mais. O benefício se mostrou maior e mais eficaz do que entre qualquer outra atividade física.
Os cientistas descobriram também que, em comparação com os sedentários, os corredores vivem, em média, três anos a mais – e isso vale para quem corre pouco, devagar, esporadicamente, fumantes, pessoas que bebem socialmente ou que estejam acima do peso. Isso porque foi apontado que ínfimos cinco minutos de corrida diária já trazem o benefício.
De acordo com Duck-chul Lee, professor de Cinesiologia e coautor do estudo, os ganhos da corrida são muito maiores do que o tempo gasto durante o exercício em si. Um corredor mediano, que realize duas horas de treinamento por semana (a média de tempo encontrada pelo estudo), durante 40 anos, teria contabilizado ao final menos de seis meses correndo. Esse período resultaria em um ganho na expectativa de vida de 3,2 anos (eliminando os seis meses correndo, o número final seria de 2,8 anos). Em termos absolutos, é possível afirmar que uma hora de corrida pode prolongar a vida em sete horas.
O trabalho surgiu a partir da revisão de um estudo feito há três anos, que acabou trazendo outras questões sobre os reais benefícios da corrida, os possíveis danos e as vantagens em relação a outras atividades. O que os dados mostram é que, independente da distância ou a velocidade, a corrida pode reduzir o risco de morte prematura em cerca de 40%.
Porém, os benefícios não são proporcionais ao montante de quilômetros que se acumula. A expectativa de vida se limita a aumentar até três anos, sem correlação com o tanto que você corra. Inclusive, o ponto máximo para ganhar em expectativa de vida é correr quatro horas por semana. Mais do que isso não influencia no resultado final.
Portanto, corredores de longas distâncias não têm vantagens, mas também não são prejudicados por isso. Outras atividades também podem reduzir o risco de morte prematura, como caminhar, pedalar ou realizar outras atividades que exijam o mesmo nível de esforço do corpo, mas a redução do risco de morte se limita a 12% – contra 40% da corrida.
Os pesquisadores só não conseguiram determinar o que faz a corrida ser tão eficaz no ganho dos anos de vida. A causa provável estaria na sua eficácia no combate a pressão alta e ao acúmulo de gordura, fatores de risco comuns para morte prematura. A atividade também melhora o preparo aeróbico, um dos fatores que melhoram a saúde a longo prazo.
Outro ponto do estudo que vale destacar é que os corredores demonstram maior cuidado para viver uma vida saudável e esse estilo de vida, que vem junto com o esporte, torna o cenário mais favorável para que os corredores vivam mais.