Planilha da Odebrecht revela novos valores de caixa 2 para políticos baianos

Se gritar pega ladrao

Uma planilha entregue pelo ex-executivo da Odebrecht, Benedito Júnior, aos procuradores da Lava Jato em seu acordo de delação premiada detalha os valores de caixa 2 pagos a alguns políticos baianos.

O material foi tornado público pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana pelo ministro Edson Fachin. De codinome Anão, o prefeito ACM Neto (DEM) teria recebido via caixa 2 na campanha de 2012 exatos 1.810,00 milhão em quatro parcelas. Os valores teriam sido pagos ao intermediário Lucas Cardoso. Apelidado internamente na Odebrecht de Bico, o vereador Geraldo Júnior (SD), atual secretário municipal do Trabalho, Esporte e Lazer, é apontado na planilha como receptor de R$ 90 mil não contabilizados em 2012, em duas parcelas. Também vereador, Henrique Carballal (PV) aparece como destinatário de R$ 100 mil e com codinome Buzu. No caso do deputado Marcelo Nilo (PSL), codinome Rio, a planilha traz dados contraditórios.

Ele está listado como candidato a governador no ano de 2012, destinatário de um montante de R$ 180 mil e com status não eleito. A questão é que neste referido ano não houve eleição para governador. Com codinome Roberval Taylor, o então candidato à prefeitura de Salvador pelo PMDB em 2012, Mário Kertész, teria recebido R$ 400 mil via caixa 2. Outro candidato em 2012, Nelson Pelegrino teria recebido de caixa 2 um valor de R$ 800 mil. O petista era apelidado na Odebrecht de Pelé e os recursos foram pagos em duas parcelas a um intermediário que o ex-executivo André Vital disse não lembrar o nome. No depoimento em vídeo liberado pelo STF, Vital fala em R$ 1,3 milhão para Pelegrino, mas a referida planilha faz menção a dois repasses de R$ 400 mil cada.

‘Amigo C’, Paulo Câmara (PSDB) teria recebido em sua campanha R$ 50 mil oriundos de caixa 2 em 2012 na disputa pelo Legislativo de Salvador. Outro tucano que aparece na planilha é o vereador Tiago Correia, codinome ‘Alba’, destinatário de dois repasses no valor de R$ 50 mil cada um. Com apelido ‘Soneca’, o ex-governador e ex-vereador Waldir Pires (PT) também teria recebido, via caixa 2, R$ 160 mil em 2012. O montante teria sido pago em duas parcelas de R$ 80 mil cada.