Após receber uma leva de documentos do Internacional na última quinta-feira, na qual o clube alega ter provas sobre a inscrição irregular de Victor Ramos pelo Vitória, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) enviou, nesta segunda, um ofício à CBF e ao time baiano pedindo esclarecimentos a respeito da situação do zagueiro. De acordo com a notícia, somente após receber as explicações o órgão irá optar por fazer a denúncia ou arquivar o caso.
O desespero do Inter para evitar o rebaixamento alcançou os tribunais. Com o pedido, a intenção da equipe gaúcha era a de ingressar no processo 71/2016, referente a uma notícia de infração efetuada pelo Bahia contra o atleta, no início do ano, para que o Colorado possa entrar como terceiro interessado no caso. Agora, a entidade máxima e o Vitória têm até dois dias para se manifestarem e informarem o andamento do processo na Fifa.
De acordo com os gaúchos, o clube baiano inscreveu e escalou Victor Ramos de forma irregular em 26 partidas do Campeonato Brasileiro. O Inter demanda, ainda, que o caso seja avaliado de acordo com o Artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata deste tipo de irregularidade e prevê perda de pontos em caso de condenação. Caso seja confirmada a infração, o Internacional seria diretamente beneficiado na luta contra a queda para a Série B do torneio.
Para fundamentar sua queixa, o Colorado questionou e reuniu documentos referentes à transferência do defensor para o Vitória após o término de seu empréstimo ao Palmeiras, que defendeu em 2015. O atleta pertence ao Monterrey, do México, e estava registrado no TMS (Transfer Matching System) da Fifa como jogador do Palmeiras. A transação para o clube da Bahia, portanto, teria sido efetuada sem seguir os passos que demanda a entidade em caso de negociação internacional.
Para completar a novela jurídica da fuga da segunda divisão, o Colorado cogita reativar o processo do Campeonato Baiano (aberto pelo Bahia). Outra alternativa seria acionar a Justiça Comum referente ao caso que teve início com ações no Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (também com o Flamengo de Guanambi) e que já foi arquivado e desarquivado pelo STJD.