ECONOMIA BRASILEIRA RECUA 0,5% NO TERCEIRO TRIMESTRE DE 2013

A economia brasileira encolheu no terceiro trimestre de 2013, segundo números divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (3). O Produto Interno Bruto (PIB), a soma dos bens e serviços produzidos pelo país, teve queda de 0,5% em comparação ao trimestre anterior.
O desempenho foi fraco em todos os setores. Na agropecuária, houve queda de 3,5%. A indústria ficou praticamente estável com elevação de 0,1%. O mesmo aconteceu com os serviços, que têm maior peso no PIB.
“Quando a gente tem os serviços crescendo com esse peso tão importante no resultado final, o crescimento menor da indústria ou dos outros setores não vai ter efeito muito grande. Ele segura o PIB. Agora, ele não está segurando tanto. Nesse sentido, o setor de serviços não está sendo aquele motor do crescimento da economia como foi no passado”, explica Silvia Matos, economista da FGV.

Este foi o pior resultado desde o início de 2009, no meio da crise econômica internacional. No terceiro trimestre de 2012, o crescimento alto, de 1,8%, surpreendeu os economistas. Porém, na comparação com os meses de julho, agosto e setembro de 2012, o PIB cresceu 2,2% e o resultado acumulado nos últimos 12 meses também é positivo: alta de 2,3%.
Outra explicação para o resultado ruim deste trimestre foi a queda dos investimentos. Mesmo assim, a disposição do brasileiro para gastar continua em alta. Segundo o IBGE, o resultado do terceiro trimestre ainda reflete o crescimento dos salários e do crédito.
No PIB negativo, o consumo das famílias foi um dos poucos resultados positivos. “O consumo das famílias pesa mais de 60% do PIB, então ele é o maior responsável também pela contribuição ao crescimento. No terceiro trimestre, a gente ainda tinha vários incentivos fiscais para consumo de todas as linhas de automóveis, móveis e outra coisas, Vários deles acabavam em setembro, mas aí no terceiro trimestre eles ainda estavam contabilizados”, analisa Rebeca Palis, pesquisadora do IBGE.

Daqui pra frente, o crescimento pode ser mais modesto. “A renda tem mostrado uma desaceleração, a inflação se mostra ainda forte e com a necessidade de subida de juros para controlar a inflação. A gente observa que, com certeza, o consumo das famílias vai ser mais penalizado nos próximos trimestres”, conclui a economista.