Em Lajedinho, na Chapada Diamantina, não chovia há mais de um ano. Quando choveu, a água levou 16 vidas – 14 já tiveram os nomes divulgados. Até a noite de ontem, uma pessoa estava desaparecida.
Esse foi o pior resultado do temporal que atingiu a cidade na noite de sábado. Mas, em duas horas, os 120 mm de chuva que desabaram sobre a cidade, que vive da pecuária e é cortada pelo Rio Saracura, causaram mais do que mortes. A água destruiu as possibilidades de as pessoas refazerem suas vidas com rapidez.
Depois da enchente, um quarto da população do município – que tem cerca de 4 mil habitantes e é o quinto menor da Bahia – está fora de casa. Ao todo, 820 pessoas estão desabrigadas (em alojamentos do poder público) e 205 estão desalojadas (em casas de parentes ou
Quatro escolas públicas foram destruídas, assim como dois postos de saúde e oito sedes de órgãos prestadores de serviço, inclusive os Correios.
Ao longo do leito do rio, 202 casas foram destruídas e outras 41 estão danificadas. “A gente não tem um posto onde atender as pessoas, porque as duas unidades de saúde foram destruídas”, disse o chefe de gabinete da prefeitura, Marcos Maia. Cidades vizinhas cederam ambulâncias para ajudar no atendimento, segundo o prefeito de Lajedinho, Antônio Mário Lima (PSD).
Com a enxurrada, até os postes de iluminação pública foram arrastados. “Imagine a cidade, as pessoas no escuro, gritando por socorro, ligando para as famílias que moram no alto para pedir socorro. Uma garota de 11 anos ligou para o pai gritando ‘meu pai, venha me ajudar’. Ele chegou num nível que não dava mais para andar e a correnteza levou a garota”, relatou Eliude.
Fonte: Correio da Bahia