Número de suspeitas de microcefalia sobe para 150 na Bahia, aponta Sesab

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Foto: Douglas Aby Saber / Fotoarena

Foram identificados na Bahia 150 casos suspeitos de microcefalia até o dia 3 de dezembro. O novo balanço da Secretaria de Saúde estadual foi divulgado nesta segunda-feira (7). Há três dias, eram 112 a quantidade de notificações. Ao todo, seis bebês já morreram em decorrência da doença. Os óbitos ocorreram nas seguintes cidades: Salvador (1), Itapetinga (1), Olindina (1), Tanhaçu (1), Camaçari (1) e Itabuna (1).
De acordo com a Sesab, dos 150 casos registrados, 86 estão confirmados com perímetro encefálico igual ou menor que 32 centímetros. Além disso, há ainda 64 notificações sem informações sobre o perímetro encefálico. As cidades com maior número de suspeitas que têm indicativo de perímetro são Salvador (53), Lauro de Freitas (4) e Camaçari (3).
A Secretaria ressalta a importância de que a suspeita, notificação e registro de casos de microcefalia sejam computados para o processo de investigação, para a identificação de causas e acompanhamento da evolução dos casos. A Sesab aponta que todos os casos que se enquadrem na definição do Ministério da Saúde sejam comunicados em até 24 horas pela equipe do local onde foi realizado o diagnóstico.

Centro de Operações
Devido ao quadro epidemiológico na Bahia, o Governo do Estado anunciou o início do funcionamento do Centro de Operações de Emergências em Saúde do Governo da Bahia na próxima quinta-feira (10).
O objetivo é atender às necessidades de produção e atualização de informações sobre o quadro epidemiológico e estabelecimento das medidas de vigilância, controle e atenção. De acordo com o governo, serão produzidos boletins semanais, divulgados sempre às segundas, a partir das 15h.
O Centro de Operações será responsável pelo envio de equipes para auxiliar os municípios na investigação em campo, clínica e laboratorial, bem como o estabelecimento de um plano para controle das microcefalias e redução dos agravos. De acordo com o governo, é importante destacar que a suspeita, notificação e registro de casos de microcefalia devem ser comunicados imediatamente (até 24 h) pela equipe do estabelecimento de saúde onde foi realizado diagnóstico, por meio do formulário de notificação de ocorrência de microcefalia disponível no endereço www.resp.saude.gov.br.

Microcefalia e Zika Vírus
No sábado (28), o Ministério da Saúde confirmou a relação entre o zika vírus e os casos de microcefalia na região Nordeste, a partir da confirmação do Instituto Evandro Chagas, do micro-organismo em amostras de sangue e tecidos de um bebê nascido no Ceará, mas que acabou morrendo. A criança apresentava microcefalia e outras malformações congênitas.
A situação reforça o apelo do ministério para a mobilização nacional no combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela disseminação da dengue, zika e chikungunya.

MICROCEFALIA

A microcefalia é um quadro em que bebês nascem com o cérebro menor do que o esperado (perímetro menor ou igual a 33 cm para bebês a termo) e que compromete o desenvolvimento da criança em 90% dos casos.
O principal suspeito dos casos de microcefalia no Brasil, o Zika vírus, é de origem africana e primo do vírus da dengue. Ele circula no país desde maio do ano passado e uma das hipóteses é que chegou aqui junto com turistas que vieram para a Copa do Mundo.
Os casos de microcefalia coincidem com áreas em que o vírus circulou no ano passado.

Microcefalia por Zika vírus
Os cientistas têm feito um trabalho de detetive. Primeiro descartaram causas genéticas, porque a mudança no padrão epidemiológico se deu de uma hora para outra. Depois, foram atrás do que mudou na região e então voltaram a atenção para os casos de Zika vírus, novidade de 2014. A hipótese é que o vírus, primo da dengue e transmitido também pelo Aedes aegypti, atravessaria a barreira placentária e entraria no corpo da criança prejudicando a formação do cérebro. As tomografias feitas pelos cientistas indicaram sinais de infecção viral no cérebro em alguns casos e também foram achados sinais do Zika vírus em exames do líquido amniótico, em bebês que ainda estavam na barriga, e no líquido cefalorraquidiano, naqueles que já nasceram.
O vírus Zika é transmitido especialmente por mosquitos infectados, principalmente o mosquito da dengue. A maioria das pessoas não tem sintomas, mas quando surgem são principalmente erupções na pele, olhos vermelhos e dores no corpo. Eles desaparecem em até uma semana, em geral.
Prevenção
Todo mundo pode colaborar na prevenção, principalmente lutando contra o acúmulo de água e lixo que atraem mosquitos. É hora de também colocar tela na casa e usar mosquiteiro. E abusar do repelente, seguindo as orientações do rótulo. Quem está pensando em engravidar, deve levar essa situação em conta e quem já espera o bebê deve tomar cuidado com picadas de mosquito, mesmo que já esteja em fase adiantada de gestação.
Recomendações do Ministério da Saúde específicas para grávidas:
• Atualizar as vacinas de acordo com o calendário vacinal do programa nacional de imunização do Ministério da Saúde
• Atenção sobre a natureza e a qualidade daquilo que se ingere (água, alimentos, medicamentos), consome ou se tem contato, principalmente sobre a ação desses produtos no desenvolvimento do bebê.
• Proteger-se das picadas de insetos, evitando horários e lugares com presença de mosquitos e, sempre que possível, utilizar roupas que protejam o corpo. Consultar o médico sobre o uso de repelentes e verificar atentamente no rótulo a concentração do produto e definição da frequência do uso para gestantes. Além disso, telas de proteção, mosquiteiros e ar-condicionado também são medidas de proteção.
• Se houver qualquer alteração no estado de saúde, principalmente no período até o quarto mês de gestação, comunicar aos profissionais de saúde.