O pai de Guilherme Yokoshiro, de 5 anos, que morreu ao cair do sexto andar de um prédio no bairro de (24), não estava em casa no momento da queda da criança. A informação é da Capitã da Polícia Militar, Daniele Bonfim, da 26ª Companhia da PM. A mãe do garoto, a enfermeira Carla Oliveira, também não estava no apartamento, pois estava trabalhando no momento do acidente. A rede de proteção da janela da residência do menino foi encontrada cortada.
De acordo com a capitã, policiais que atenderam ao chamado informaram que o pai do garoto, Rafael Yokoshiro, teria saído por volta de 1h40 e retornou às 3h40. “Eles checaram isso nas imagens das câmeras de segurança do prédio. O prédio não tem câmeras no fundo, onde ocorreu a queda. A polícia chegou às 3h50 e encontrou o pai visivelmente abalado”, relatou Daniele Bonfim.
Segundo apuração dos policiais, quando chegou em casa, o pai não encontrou a criança e desceu, constatando a queda. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado pela própria polícia, quando soube da ocorrência. Ainda de acordo com a capitã, os policiais relataram que ninguém viu a criança caindo. As circunstâncias do acidente serão apuradas pela Polícia Civil.
Ao contrário da versão da PM, Tânea Mendes contou que o pai do garoto estava no apartamento quando aconteceu o acidente. “Eu acho que quando ele caiu já deve ter morrido naquele momento. O pai se apavorou, procurou e não viu o garoto no quarto. Ele estava no apartamento e desceu correndo. Ele caiu no parquinho. O pai ouviu um barulho, desceu, pegou a criança na tentativa de dar socorro. Ele tentou reanimar e tudo”, conta a tia avó.
Caso
Um menino de 5 anos morreu ao cair do sexto andar de um prédio no bairro de Brotas, em Salvador, na madrugada desta terça-feira. A Central de Polícia (Centel) registrou um chamado às 3h37 da queda da criança. Segundo a delegada que acompanhou as primeiras investigações, Elaine Laranjeiras, o garoto caiu da janela do quarto dos pais e foi encontrada uma tesoura infantil no quarto da criança.
Ainda de acordo com a delegada, a mãe do menino não estava em casa no momento da queda. Ela é enfermeira e estava de plantão quando aconteceu o acidente. Elaine Laranjeiras chegou a confirmar que o pai estava no prédio no momento da queda. O corpo do menino foi retirado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) por volta das 7h30. O caso será investigado pela 6ª delegacia, que fica no bairro de Brotas.
Relato da família
De acordo com a tia avó da criança, Tânea Silva Mendes Gouveia, o menino era filho único e tinha bom relacionamento com as pessoas. “Muito esperto, falante, uma criança linda, chamavam ele de deputado porque falava tão direitinho com as mãos, se expressava. Filho único, neto único da minha irmã, sobrinho único, muito difícil”, relatou emocionada.
Segundo ela, a rede de proteção estava em perfeito estado antes do acidente. “Ela foi danificada no acidente. Não sabemos como é que foi, até porque se diz que ela não corta com faca. Eu não sei se lá dentro, porque eu não entrei no condomínio, se tinha algum objeto cortante, como tesoura e tudo, porque com faca ela não corta. Ela tem a garantia de que ela não corta com faca. Então, eu não entrei no apartamento e não sei informar”, detalha.
Tânea Mendes ainda disse que a família está providenciando o sepultamento, pois pretendem enterrar o corpo do garoto ainda nesta terça-feira. “Estamos em estado de choque, até porque a tragédia acontece nas outras famílias e a gente nunca entende que pode vir para a nossa também”, lamenta.
Os pais do garoto deixaram a residência com ajuda da família na manhã desta terça. “A gente está tirando ela e ele do apartamento. Provavelmente ele deve ir para a casa da mãe dele e ela está com a gente. Eu estou indo na frente. A mãe não queria sair de casa e o pai não quer ficar de jeito nenhum. Então, estamos tentando acomodação com o restante da família para ver como vai ser a posição”, relatou.
A tia avó do garoto ainda informou que os pais sempre moraram no apartamento e nunca tiveram problemas. Ela ainda detalhou o que casal nunca teve problemas de briga ou confusão. “Eles são ótimos. Ele é muito legal e ela tem natureza boa”, afirma. (G1/BA)