Mais respeito e amor, por favor!

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Por Luzitânia Silva

Como a pessoa metamorfoseada que sou, permito-me a discordância não raras vezes. Discordo inclusive de ter discordado de algo que opinei no passado e entendo que isso me torna um ser humano complexo e mutável. Falando nisto, lembro-me de ter dissentido de uma frase cantada e dita pelo saudoso Renato Russo: “A humanidade é desumana”, entretanto hoje compartilho da ideia, pois são observáveis atrocidades, chegando a embrulhar o estômago, me impulsionando a desacreditar no belo e bom.

Pessoas tiram vidas de outras por motivos que chegam a ser bizarros, onde fica evidente a busca irracional pelo poder e o sentimento da suposta superioridade em relação aos demais.  Pais matando filhos, filhos matando pais, marido esfaqueando esposa, namorada castrando namorado, intimidades sendo reveladas nas redes sociais, disputas de gangues, disputa por poder, xenofobia, homofobia, racismo, dentre outros fatos que deixam os nervos à flor da pele e o cabelo em pé.

A falta de respeito pode ser percebida quando um ser dito “superior” tenta espezinhar e menosprezar alguém que já está numa situação desfavorável. No Rio de Janeiro, por exemplo, através de grupos formados nas redes sociais, jovens de bairros ricos propõem agir como milícias, fazendo uma “limpa”, tencionando linchar pessoas da periferia, criminalizando deste modo a pobreza ao tratar trabalhador como delituoso.

Outro exemplo visível se dá através do discurso separatista de indivíduos com classe financeira alta que não querem se “misturar” com pessoas de menor poder aquisitivo. Execuções também não são nada raras. Na Arábia Saudita mais de 100 pessoas neste ano foram mortas por se manifestarem contra as ideias do governo. Sem contar o Estado Islâmico, um grupo de extremistas sunitas espalhados pela Síria e Iraque, também conhecido como EI, que chama a atenção do mundo pela forma de ação cruel. Por falar em Síria, uma cinegrafista, Petra László, chutou refugiados imigrantes fugitivos do controle policial na Hungria numa área perto da fronteira com a Sérvia.

O ser humano é a vítima e o próprio algoz, “mas ainda temos chance” de mudar a realidade em que estamos insertos, como o próprio Renato Russo cantava. Ainda existe afabilidade no coração das pessoas. Ninguém é de todo mal, contudo precisamos propagar a bondade, o respeito e o amor. Devemos jogar sementes, mesmo quando a terra não pareça fértil. Necessitamos regá-la todos os dias. Precisamos ser menos escravos da maldade e ego inflado para sermos humanos de fato.

Mais respeito e amor, por favor!