Na volta ao 7 de setembro, Esquadrilha da Fumaça reforça nos céus mensagem de Dilma a brasileiros

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A apresentação da Esquadrilha da Fumaça, o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), foi a atração mais esperada pelo público neste desfile do Dia da Independência. Estreando a nova aeronave A-29 Super Tucano, a Esquadrilha usou sua marca registrada, a fumaça, para escrever nos céus da capital federal “Somos todos Brasil”, teor da mensagem enviada pela presidenta Dilma pelo 7 de Setembro.

O tenente-coronel aviador Marcelo Gobett Cardoso, comandante da Esquadrilha e piloto da aeronave de número 1, destacou a mensagem deixada a 10 mil pés (3 mil metros).

“Nós gostamos muito da participação, não só na demonstração, mas na escrita que fizemos em homenagem a todo o Brasil, a toda a população brasileira. Foi motivo de muita alegria”, declarou. “É o momento cívico mais importante da nossa pátria, então é o momento em que as Forças Armadas – A Marinha, o Exército, a Aeronáutica – têm a oportunidade de mostrar o seu efetivo, o seu equipamento à população brasileira.”

E depois de dois anos sem uma exibição da Esquadrilha nas comemorações do Dia da Independência, o público se divertiu com as manobras emocionantes feitas pelos pilotos.

O major aviador Álvaro Escobar Veríssimo elenca as diversas manobras feitas pelas aeronaves.
“A gente faz tudo para o público brasileiro. Tenta, cada dia mais, se aproximar do público”, conta empolgado o piloto da aeronave de número 6. E ele enumera: “Muita pirueta, muito cruzamento, muita adrenalina. V-zero, Tunô com Asa Invertida, Tunô Reverso, Lancevaque, Chumboide, Barril com seis aviões, Passagem no Dorso com seis… Muito bonito! Realmente a Fumaça faz um link, faz uma integração, mostra o trabalho da Força Aérea. E isso, com certeza se aproxima do público.”

Ao todo, a apresentação contou com sete aeronaves. E o Lancevaque e o Chumboide, que se assemelham a cambalhotas no ar, foram duas das manobras que mais encantaram o público. No caso do Lancevaque, os giros são mais verticalizados, enquanto o Chumboide tem o perfil mais horizontal. Para o público, as manobras dão a impressão de que o avião está descontrolado.

A apresentação saiu conforme o planejado e treinado pelo esquadrão. “A demonstração é um momento de concentração, de pôr em prática aquilo que vem treinando”, relata o major aviador Marcelo Oliveira Silva, o condutor da aeronave número 7, a que faz algumas manobras isoladamente. “A gente passa por um programa de treinamento intenso em que são desenvolvidas essas manobras, uma fase de planejamento muito grande.”

A Esquadrilha da Fumaça brasileira é a segunda mais antiga do mundo. Atualmente detém o recorde mundial de voo invertido, tendo alcançado, em 2006, um percurso de 3 mil metros por 30 segundos com 12 aeronaves. Os dois recordes anteriores são da própria Esquadrilha, em 2002, com 11 aviões, e em 1996, com 10.

A-29 Super Tucano
Desde julho de 2015, a Esquadrilha da Fumaça retomou sua agenda de demonstrações com as novas aeronaves A-29 Super Tucano, após dois anos de implantação operacional e logística. O Super Tucano é a quinta aeronave adotada na história da instituição. Fabricado pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), o avião já era empregado pela FAB, cumprindo missões de defesa aérea, treinamento avançado, ataque leve, escolta, patrulha aérea de combate e formação de líderes da aviação de caça.

“O A-29 tem um peso maior que o Tucano” (a aeronave anterior), compara o major Escobar. “Tem uma potência bem maior e conta com várias inovações tecnológicas, com todas as informações mais à mostra para o piloto, muita eletrônica, um sistema de ar condicionado muito eficiente, piloto automático, pressurização, proporcionando uma vida à bordo melhor para o piloto e condições melhores para fazer as manobras.”

O major conta também que os A-29 são usados no patrulhamento de fronteira na Amazônia brasileira. São três unidades – uma em Boa Vista, uma em Porto Velho e uma em Campo Grande. Além disso, o centro de formação de pilotos de caça em Natal também conta com a aeronave.

Escrita com fumaça
Para formar as letras, as aeronaves voam uma ao lado da outra, com velocidade constante. Cada piloto insere um cartão de memória da própria aeronave no sistema, fazendo o download dos dados de escrita no sistema de processamento de dados do avião. O sistema gerencia o acionamento da bomba que liga e desliga a fumaça nos momentos previstos, fornecendo o óleo para os bicos pulverizadores.

O sistema de escrita com fumaça foi um projeto criado por técnicos da Esquadrilha para ser utilizado, inicialmente, na aeronave T-27 Tucano. Com base nessa ideia, a Embraer produziu em parceria com o EDA um novo sistema de programação de escrita com fumaça criado especialmente para o Super Tucano.