Por. Rosemeire Cerqueira.
Vamos falar de corrupção? Se você decidir prosseguir a leitura advirto-lhe que, vamos fazer uma seria reflexão sobre nosso comportamento diário e isso implica analisar alguns de nossos comportamentos que estão impregnados de atos corruptos e repensar certas atitudes. Porém, nem sempre realizar essa análise de consciência é uma tarefa fácil e isso poderá incomodar algumas pessoas. Sendo assim, se você prosseguir a leitura lhe convido a despir-se do senso comum.
Quem dera que a corrupção fosse um problema unicamente da política, dos poderes, mas não! Sinto informar que a corrupção somos nós e até mesmo diante do espelho é possível descobrir um corrupto.
Aprendemos desde cedo a praticar a corrupção e vê-la como algo natural do instinto humano e nossos primeiros passos com seres corruptores e corrompidos acontecem na infância dentro da sala de aula quando para não sermos reprovados aprendemos a driblar o professor e colar nas provas.
Máfias como a da CNH só é possível graças a demanda que há, porque o individuo se acha no direito de comprar sua habilitação de falsificar documentos e burlar as leis. E o que dizer do nosso famoso jeitinho brasileiro? Afinal, quantos brasileiros, já não tentaram se livrar de uma multa de trânsito dando um “agradinho” ao guarda?
E ainda usando nosso famoso jeitinho, quantos de nós já não “furou” uma fila, já não ocupou um assento preferencial destinado a um idoso, uma gestante, um deficiente? Quantos já não bateram o ponto para o amigo no trabalho, quantos de nós já não comprou um objeto falsificado?
E em casa nosso comportamento não é diferente. Afinal, desviar o sinal de TV a cabo do vizinho não é algo lícito, fazer o famoso “gato” roubando energia elétrica também não é, perceber que recebeu troco a mais e não devolver também não é uma atitude correta. Aqui não existe “pecadinho ou pecadão” tudo é erro e um erro conduz a outro.
Somos um povo que na sua grande maioria escolhe sempre o caminho mais fácil, que não valoriza o mérito, que admira a falcatrua e que premia os desonestos. Vivemos em um país onde o honesto, por vezes, é visto como ‘idiota” onde a corrupção virou sinônimo de esperteza e até mesmo de inteligência . Vivemos em um estado de inversão de valores que beira a bestialidade.
Aquele cidadão que oferece uns trocados ao guarda para não ser multado, que fura fila, que faz gato, que recebe troco errado e não devolve é o mesmo que amanhã poderá fraudar licitações, superfaturar uma obra, dar e receber mensalão.
Infelizmente, muita gente tem o sonho de mudar o país, porém acredita que apontar o dedo, criticar e esperar resolverá o problema. Mas não! Isso não é o suficiente. Temos que ser diferentes e fazer a diferença e o primeiro passo é olhar no espelho e começarmos mudando a nós mesmos. Precisamos urgentemente rever nossos conceitos e atitudes, necessitamos tomar consciência que a corrupção seja ela pequena ou grande é um desvio de caráter, pois nosso país só se tornará mais honesto e digno quando começarmos a ensinar aos nossos filhos , com exemplos , o verdadeiro significado da palavra honestidade.
Fonte: PTN NEWS.