Sem motorista, carro autônomo brasileiro dá suas voltas

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Sem complexo de vira-latas, o Brasil tem um projeto de carro autônomo tão avançado quanto o do gigante americano Google. O Carina 2 — acrônimo para a segunda geração do Carro Robótico Inteligente para Navegação Autônoma — identifica faixas de rodagem, outros carros e pedestres, faz curvas e roda a velocidades de até 42 km/h. Independente desde 2011, faz tudo sozinho, inclusive no sentido figurado: sem apoio de montadoras, é aposta livre de professor e estudantes de Ciências da Computação e Engenharia da USP de São Carlos (SP).

Ainda assim, os resultados surpreendem: o projeto envolve oito pessoas diretamente e um total de 16, contando também alunos responsáveis pelo simulação em computador, fase prévia aos testes práticos, e o técnico responsável pelas alterações mecânicas. Enquanto o Carina 1, de 2010, era apenas um carrinho de golfe com poucos recursos, o Carina 2 é um projeto com tecnologia de ponta.

“O carro em si é um Palio Weekend Adventure com câmbio Dualogic, que compramos por cerca de R$ 50 mil e que carrega R$ 250 mil em sensores a laser, câmeras de leitura da pista, GPS e unidade inercial, além de dois computadores”, resume o professor Wolf.

Ainda assim, a equipe não pensa em parar: “Em outubro, queremos demonstrar um sistema de táxi autônomo usando o Carina como base”, aponta Carlos Massera, responsável pelo controle autônomo.

O futuro também está traçado: “Temos planos de fazer um Carina 3, que tem de ser de baixo custo”, aponta. “Queremos ter um carro de R$ 30 mil carregando R$ 20 mil em opcionais”. A saídas é trocar o sensor a laser — um equipamento caro similar ao utilizado pelo Google — por câmeras estereoscópicas, que custam 95% menos e cumprem a função a ponto de serem escolhidas como solução pela Mercedes-Benz.

Um projeto mais barato poderia, em tese, atrair parceiros comerciais, mesmo que fora da área automotiva. “Podemos vender a solução para o setor agrícola, que pode fazer colheitadeiras autônomas ou mesmo maquinário para tarefas agressivas ao homem, como a pulverização de herbicidas”, acredita o pesquisador brasileiro.

Outro plano é “ensinar” o Carina a fazer baliza: “Para isso, precisamos de um câmbio automático, para que o sistema possa acionar a ré”. (UOL Carros)