Humanização nas práticas de saúde.

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Foto: Reprodução

Por. Eliane Cerqueira dos Santos.

O Brasil enfrenta, atualmente, um momento crítico na economia brasileira. Todos os dias novos cortes no orçamento público são anunciados pelo governo e quem mais sofre com essa questão é o cidadão comum, pois como um malabarista tenta sobreviver com o pouco que recebe.

Diante da situação econômica e política vivenciada, hoje, no nosso país a saúde ocupa um espaço de preocupação constante na vida de muitos brasileiros, uma vez que, grande parte da população utiliza os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), que apesar de se caracterizar como uma grande conquista da sociedade brasileira enfrenta diversos problemas e desafios de várias ordens que podem se tornar mais evidente diante da situação econômica vivenciada no país.

Quem não se cansou de ver, ouvir ou até mesmo vivenciar cenas de descaso com a saúde da população usuária dos serviços ofertados pelo SUS? Quem já não cansou de enfrentar longas filas para ser atendido? Horas e horas de espera acompanhadas pelo desrespeito ao estabelecido na Constituição que “A saúde é um direito de todos e dever do Estado”,  direito este sem distinção entre negros e brancos, entre pobres e ricos, direito de todo cidadão brasileiro.

Diariamente milhares de pessoas são amontoadas pelos corredores dos hospitais mal equipados e com profissionais despreparados. Muitos morrem nesses corredores sem conseguirem atendimento médico adequado e com seu direito a saúde negado.

Até quando vamos nos calar diante de tamanho desrespeito a vida? Até quando assistiremos o descaso com a saúde, educação, habitação… Sentados em frente a TV?  São muitas perguntas que ficam pelo caminho sem resposta e são muitas respostas que não respondem as nossas inquietações. Todavia, seguimos acreditando no ser humano como um ser social, um ser agente de mudança que pode transformar a sociedade.

Vislumbrar relações mais humanas nas práticas de saúde não é um desejo distante, já que o debate sobre o processo de humanização dos serviços de saúde vem crescendo muito nos últimos anos. Em (2003), o Ministério da Saúde lançou a Politica Nacional de Humanização como uma forma de garantir o já previsto na Constituição e proporcionar uma saúde digna, de qualidade, com profissionais mais humanos, pautados na ética e capazes de lidar com as questões subjetivas envoltas nas práticas de saúde. A humanização, apesar de ser um processo amplo e demorado, se estabelece como primordial para a melhoria das práticas de saúde diante dos desafios diários de uma sociedade globalizada.

Para que mudanças sejam alcançadas torna-se primordial  deixarmos  a zona de conforto e lutarmos para que nossos direitos sejam garantidos. Responsabilizar o outro, deixar para amanhã ou, simplesmente, aceitar as barbaridades a que somos submetidos diariamente não é a solução. É imprescindível que cada um faça a sua parte, exercendo sua participação social, pois juntos somos mais fortes e juntos vamos mais longe.

PTN NEWS.