Pelo terceiro ano seguido, o Nordeste é a região mais perigosa do Brasi, de acordo com levantamento do jornal O Estado de São Paulo. A taxa de homicídios manteve-se na casa dos 40 por 100 mil habitantes em 2013, acima dos índices do Centro-Oeste (37/100 mil) e do Norte (36/100 mil). A taxa de homicídios aumentou de forma significativa em 5 dos 9 estados nordestunos. Além do Ceará, que apresentou crescimento de assassinatos de 14% entre 2012 e 2013, também aumentaram as taxas do Rio Grande do Norte (19%), Maranhão (19%), Piauí (18%) e Sergipe (6%). Na Paraíba e em Alagoas, o número é alto, porém ficou estável. Já em Pernambuco e na Bahia, as taxas caíram ligeiramente. Os coeficientes de homicídio foram calculados pelo Estadão Dados a partir das estatísticas preliminares do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, publicadas no site do Datasus. Os dados ainda podem sofrer alterações, mas a estimativa é de pouca modificação nas análises. O cálculo do Estadão Dados é considera também as mortes por agressão – como os homicídios são tratados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – parte das mortes violentas classificadas como “eventos cuja intenção é indeterminada”. Alagoas continua como o Estado mais violento do País, com 65 assassinatos para cada 100 mil habitantes em 2013. A taxa alagoana havia sido de 64/100 mil em 2012. Se fosse um país, seria o segundo mais violento do mundo, atrás apenas de Honduras (90/100 mil), e à frente da Venezuela (54) – segundo dados de 2012 publicados pelo Banco Mundial. O Ceará subiu duas posições e foi do quarto para o segundo lugar, com cerca de 600 homicídios a mais do que em 2012, um aumento de 45 por 100 mil habitantes para 51/100 mil em apenas um ano. Ainda segundo o Estadão, a tendência de crescimento vem desde o começo do século. Em 2003, primeiro ano do governo Lula, a taxa de homicídios no Ceará era de 20/100 mil, o que o colocava na 19.ª posição. Desde então, a elevação foi de 150%. No Rio Grande do Norte, o crescimento foi de 40%; no Maranhão e na Paraíba, de 35%. As taxas também aumentaram nos últimos 10 anos em Alagoas, Sergipe, Bahia e Piauí. A exceção é Pernambuco, com queda de um terço, o que retirou o estado do 1.º lugar no ranking da violência, em 2003, para 13.º em 2013. O aumento e o espalhamento da violência interpessoal no Nordeste coincidem com o período de maior crescimento econômico da região em décadas, o que leva às hipóteses de que o fenômeno está relacionado ao incremento do poder de compra dos nordestinos, que funcionaria como atrativo para a expansão do tráfico de drogas na região. Nenhum estudo comprovou a ideia, até o momento.