Editorial: A face do medo: o abuso e a violência infantil

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Do Ptn News

Texto: Andréa Luz

Para escrever sobre esse assunto fui à busca de alguns dados.  O que encontrei me deixou emocionalmente abalada. Não posso negar que o fato de ser mãe de meninas me casou enjoo e medo.

Vejam dados da violência contra a criança:

  • Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)., o documento estima que cerca de 120 milhões de meninas no mundo tenham sido sujeitadas a atos sexuais forçados somente em 2012.
  • Cerca de mil novos sites de pedofilia são criados todos os meses no Brasil.
  • Dados apresentados pelo deputado Luiz Eduardo Greenalgh (PT), dão conta que 52% desses sites tratam de crimes contra crianças com idades que variam de 9 a 13 anos e 12% deles expõem até crianças de zero a três meses.
  • O levantamento mostra ainda que 76% dos pedófilos do mundo estão no Brasil.
  • Houve 134 prisões motivadas por pedofilia em 2013, contra 59 em 2012. O crescimento foi de 127%.
  • O número de investigações realizadas pela polícia também dobrou, indo de 860 em 2012 para 789 no ano passado.
  • 63% dos indiciados são homens com idade entre 18 e 37 anos.
  • Em 2011, foram registrados625 casos de violência contra menores de dez anos. Desse total, 22% foram agressões dirigidas a crianças com menos de 1 ano.
  • O Brasil ainda registra uma média de 87 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes por dia.
  • O Ministério da Saúde divulgou no Brasil: o abuso sexual é o segundo tipo de violência mais comum na faixa até nove anos de idade e entre 10 e 14 anos.
  • 64% de todas as agressões acontecem dentro da residência onde a criança vive, e a maior parte dos agressores é alguém de convívio próximo, como os pais, outros parentes ou ainda amigos e vizinhos.
  • Quanto ao meio de agressão, a força corporal/espancamento teve maior participação, representando 22%.

A violência contra a criança tem a face do medo! Ela acontece no próprio lar do menor, por aqueles que deveriam proteger e zelar por essa criança, dados comprova que a maior parte das denúncias registradas têm os pais, e parentes próximos da vítima como principais suspeitos.

O que fazer para proteger nossas crianças? Estudiosos apontam que é necessário, criar, ampliar ou melhorar as redes de proteção social de atendimento familiar para prevenir os casos de violência. No entanto a Unicef avalia que “muitas vítimas são jovens ou vulneráveis demais para denunciarem um abuso”. Trocando em miúdos os números são bem maiores, que o contabilizado, milhares de crianças são silenciadas, ou se encontram em mãos de seus algozes!

Um grande número de crianças, certamente não recebem a proteção adequada contra a violência.  Crianças violentadas tem maior probabilidade de apresentarem distúrbios de comportamento no futuro, dificuldades de aprendizagem, desemprego, pobreza, depressão e repetição do padrão de violência. As crianças são especialmente vulneráveis às violações de direitos, à pobreza e à iniquidade no Brasil.

O País tem ainda o desafio de superar o uso excessivo de medidas de abrigo e de privação de liberdade para adolescentes em conflito com a lei e combater com rigor atos de violência como este.

“Toda a criança tem direito de ser educada sem violência seja física, psicológica ou sexual. A criança precisa aprender com palavras e atitudes de compreensão e respeito e não com empurrões, safanões, tapas, humilhações”. (LACRI)