Falar mal de Regina Casé virou modismo. A apresentadora do Esquenta gerou uma série de manchetes negativas nos últimos meses.
Os motivos das críticas são sempre os mesmos: comportamento arrogante e ataques de estrelismo. Vista por décadas como um ídolo popular, tem sido pintada agora como elitista e preconceituosa.
O ataque mais recente partiu de Maria de Fátima Silva, mãe do dançarino DG, que fazia parte do programa dominical.
O rapaz de 26 anos foi morto em abril, em ação da polícia militar na comunidade do Pavão-Pavãozinho, no Rio.
Durante um evento em comemoração ao Dia da Consciência Negra, a mãe de DG acusou Casé de usar sua imagem (e seu drama) unicamente para conseguir audiência.
Em interpretação livre do desabafo público, Regina foi descrita como insensível e manipuladora. Houve ainda uma acusação curiosa: ela detestaria pobre, justamente a massa de público que garante seu sucesso na TV.
Maria de Fátima afirma ter uma agenda da produção do Esquenta com anotações que comprovariam o teor de seu discurso.
A mãe de DG sentiu na pele a frieza da dinâmica da televisão. Sim, o drama de Maria de Fátima provavelmente foi exibido para render Ibope. Os programas vivem disso: audiência.
A questão levantada por ela é que depois ninguém ofereceu ajuda ou voltou a comentar sobre seu filho morto. Tornou-se apenas mais um caso, outro número na estatística da violência.
Por quê? A resposta é tão simples quanto cruel: surgiram outros ‘DGs’, novas vítimas, assuntos com mais potencial de atrair a atenção do telespectador. O sofrimento da mãe do dançarino não diminuiu. Mas o interesse da mídia pelo assunto, sim.
Maria de Fátima deve ter criado expectativa por maior apoio de Regina Casé e da Globo na luta para justiça ao filho assassinado.
Ao notar que sua história foi tão somente mais uma entre tantas já exibidas e esquecidas, sentiu-se traída, humilhada, explorada.
A mãe de DG vai seguir com sua dor e revolta. Regina Casé continuará fazendo sucesso na TV. E assim a vida segue.