O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) surpreendeu ao anunciar nesta terça-feira (18) que não retornará ao Brasil e se licenciará da Câmara por quatro meses. O parlamentar justificou sua permanência nos Estados Unidos afirmando que seu trabalho no exterior é “mais importante do que no Brasil” e alegando temer ser preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF
“Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos”, declarou Eduardo em vídeo publicado nas redes sociais.
A decisão representa um recuo do deputado, que havia informado ao PL que voltaria ao país para assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. No entanto, mudou de ideia e indicou o deputado Zucco (PL-RS) para ocupar o cargo em seu lugar.
Eduardo x STF
O impasse entre Eduardo e o STF começou quando o PT pediu a apreensão de seu passaporte, alegando que ele estaria cometendo crime contra a soberania nacional ao criticar o Judiciário no exterior. O pedido foi encaminhado para a Procuradoria-Geral da República, mas o procurador-geral Paulo Gonet decidiu não cumprir o prazo de manifestação.
Eduardo embarcou para os EUA em 27 de fevereiro, no mesmo dia em que o PT apresentou a ação contra ele. Desde então, permaneceu no país e não compareceu à manifestação liderada por Jair Bolsonaro no último domingo (16), no Rio de Janeiro.
Agora, o PL reavalia sua estratégia na Comissão de Relações Exteriores, enquanto Eduardo Bolsonaro segue nos EUA, prometendo lutar contra o que chama de “violação de direitos humanos” no Brasil.
