Dólar tem queda com perspectiva de que Trump deve impor tarifas moderadas

O dólar recuava ante o real nesta segunda-feira, 6, em linha com as fortes perdas da moeda norte-americana em todo o mundo, com os investidores reagindo a uma notícia indicando que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, deve adotar uma abordagem mais moderada na implementação de prometidas tarifas de importação.

Às 13h10, o dólar à vista caía 1,21%, a R$ 6,11 na venda. Na mínima do dia até o  momento, chegou a R$ 6,097. Já o Ibovespa subia 1,20%, a 119.957 pontos.

O jornal The Washington Post informou mais cedo que assessores de Trump, que retorna à Casa Branca em 20 de janeiro, estão explorando planos para implementar tarifas para todos os países do mundo, mas apenas sobre importações de produtos críticos para a segurança econômica e nacional do país.

A reportagem sugeriu planos tarifários a serem implementados pelo novo governo mais moderados do que os esperados anteriormente, com Trump tendo prometido no ano passado impor tarifas sobre todas as importações de parceiros comerciais importantes, como China, México e Canadá.

Uma vez que parte da alta global do dólar nos últimos meses tem tido as ameaças de tarifas de Trump como uma das causas principais, uma vez que poderiam provocar guerras comerciais e elevar a inflação nos EUA, a moeda norte-americana cedia amplamente nesta sessão.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,88%, a 108,000, afastando-se de uma máxima de mais de dois anos atingida na semana passada.

Investidores também estão realizando ajustes após a alta volatilidade da semana passada, quando a baixa liquidez nos mercados permitiu que a divisa dos EUA acumulasse fortes ganhos em todo o mundo.

As atenções se voltarão nesta semana para uma série de dados de emprego nos EUA, com destaque para o relatório de criação de postos de trabalho fora do setor agrícola em dezembro, a ser divulgado na sexta-feira.

Agentes financeiros buscam novos sinais sobre a trajetória da taxa de juros do Federal Reserve, que indicou no mês passado que deve desacelerar o ritmo de cortes na taxa de juros nos próximos meses, após entregar 100 pontos-base acumulados de reduções em 2024.

As apostas de operadores colocam 90% de chance de os membros do banco central dos EUA manterem os juros inalterados na reunião deste mês.

No Brasil, o mercado repercute novas projeções altistas para a inflação e a divulgação de dados de atividade do setor de serviços. A semana também promete uma agenda econômica mais agitada tanto doméstica quanto internacionalmente.