A caixa-preta do avião ATR-72, que caiu em Vinhedo (SP) na última sexta-feira (9), gravou momentos de tensão, incluindo gritos e o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva dizendo que precisava “dar potência” à aeronave. Essas informações foram mostradas nesta quarta-feira (14) pelo Jornal Nacional, da TV Globo, que teve acesso a parte das gravações do voo da Voepass.
Os investigadores do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção a Acidentes Aéreos) transcreveram cerca de duas horas de conversas que aconteceram dentro do avião. De acordo com o jornal, os investigadores disseram que a aeronave perdeu altitude rapidamente e que o áudio não pode explicar a causa da queda.
Na transcrição, o copiloto notou que o avião estava perdendo altura e perguntou o que estava acontecendo. Depois, ele mencionou que era preciso “dar potência”, uma tentativa de fazer o avião subir novamente. A reportagem informou que, segundo os dados, um minuto se passou desde que perceberam a perda de altitude até o momento em que o avião bateu no chão, quando a gravação captou gritos e um grande barulho.
O Cenipa explicou que, durante a queda, a tripulação tentou encontrar formas de reagir, mas não conseguiu. A investigação ainda está em andamento e o relatório deve sair em 30 dias. Os investigadores disseram que foi difícil entender os áudios por causa do barulho na cabine, que vinha das hélices do avião, localizadas na parte de cima.
Mesmo assim, uma análise inicial do Cenipa não encontrou sons de alertas que poderiam indicar a causa da queda, como alarmes de incêndio, falhas elétricas ou problemas no motor. Até o início da tarde desta quarta-feira, 56 corpos das vítimas do acidente já foram identificados, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública). Desses, 27 já foram liberados para os familiares, que são os primeiros a serem informados sobre o andamento do trabalho de reconhecimento.
