O poder do treino de pernas para prevenir demência
Endocrinologista Guilherme Renke explica por que pernas em forma equivalem a um cérebro saudável
Podemos retardar o envelhecimento cognitivo? Estudos publicados pela revista Gerontology afirmam que a força das pernas é um indicador útil para saber se alguém está fazendo exercícios suficientes para ajudar a manter a mente em boa forma.
O exercício liberta substâncias químicas no corpo que podem estimular o cérebro, afirmam os cientistas.
Não são apenas as pernas e o coração que se exercitam quando você corre, o exercício também estimula o cérebro. Novos estudos mostram que quando adultos mais velhos com leve perda de memória seguiram um programa de exercícios durante 12 meses, o fluxo sanguíneo cerebral teve melhora significativa.
Os cientistas demonstraram anteriormente que níveis mais baixos do que o normal de fluxo sanguíneo para o cérebro e vasos sanguíneos mais rígidos que conduzem ao cérebro estão associados ao Déficit Cognitivo Ligeiro (MCI, na sigla em inglês) e à demência. Estudos também sugeriram que o exercício aeróbico regular pode ajudar a melhorar a cognição e a memória em idosos saudáveis.
O risco de desenvolver demência diminui 35% para pessoas que participam regularmente em exercícios físicos, mesmo indivíduos com histórico genético.
Fazer exercícios aeróbicos moderados a 70% de sua frequência cardíaca máxima pode ajudar o corpo a levar oxigênio às células do cérebro. Isso alimenta os tecidos cerebrais com nutrientes e regula o fluxo sanguíneo. Você pode monitorar sua frequência cardíaca usando um monitor de frequência cardíaca para determinar se atingiu a marca de 70%.
No entanto, o exercício físico só pode ser uma salvaguarda para o aparecimento da demência como medida preventiva, já que não há cura para a demência ou o mal de Alzheimer.
Sempre digo aos meus pacientes: o que é bom para o coração é bom para o cérebro.
De acordo com Higor Caldato, psiquiatra especialista em psicoterapias e transtornos alimentares, o exercício físico é um grande aliado para o cuidado preventivo da saúde mental e também no tratamento de algum transtorno emocional.
Ao se exercitar, o indivíduo consegue ter uma melhor irrigação sanguínea cerebral, fazendo com que o oxigênio e os nutrientes cheguem de maneira mais efetiva em áreas que estão diretamente ligadas às nossas emoções, ajudando também na formação de novos neurônios e novas conexões entre eles, além de influenciar na regulação e formação de novos neurotransmissores.
E, ainda, ao receberem um fluxo sanguíneo mais efetivo por meio do exercício físico rotineiro, áreas cerebrais responsáveis pela aprendizagem e tomada de decisões são ativadas, ajudando no melhor aproveitamento inclusive das sessões de terapia, com mais insights, reflexões, ajustes do comportamento e gerenciamento das emoções.
Nossa mente é diretamente influenciada pelo exercício físico, e por isso é uma indicação frequente no meu consultório.
GE, Globo