A cirurgia robótica está revolucionando o tratamento dos miomas uterinos, uma condição que, segundo o Ministério da Saúde, afeta cerca de 70% das mulheres brancas e 80% das mulheres negras. Em 2021, Ramaiana Maria de Souza R. Bispo, uma empresária de 41 anos, recorreu a esse procedimento inovador para tratar um mioma diagnosticado durante a pandemia de Covid-19.
Ramaiana começou a sentir dores na região pélvica e notou um fluxo menstrual mais intenso em 2019, quando um mioma foi identificado em seu útero. Inicialmente, os médicos optaram por apenas monitorar a lesão. No entanto, com o agravamento dos sintomas durante a pandemia, tornou-se necessária a intervenção cirúrgica.
“O fluxo menstrual tornou-se insuportável, e as dores eram constantes. Em 2021, foi evidente que eu precisava da cirurgia”, relembra.
O procedimento escolhido foi a cirurgia robótica, conduzida pelo Dr. Marcos Travessa, diretor do núcleo de ginecologia do Instituto Brasileiro de Cirurgia Robótica (IBCR). Este método é menos invasivo, oferece menor tempo de recuperação e preserva o tecido saudável do útero, o que foi crucial para Ramaiana, que ainda desejava ter mais um filho.
“Meu filho mais velho tem 19 anos, e eu queria dar a ele um irmãozinho. Graças à cirurgia robótica, hoje sou mãe de um menino de um ano e três meses. Achei que não conseguiria engravidar novamente devido ao mioma grande e minha idade. Sou extremamente grata à equipe médica que me operou”, afirma.
Os miomas são geralmente diagnosticados através de ultrassonografia pélvica ou transvaginal, que permite aos médicos avaliar o tamanho e a localização dos tumores. Em casos mais complexos, a ressonância magnética pode ser necessária para uma avaliação mais detalhada.
“A identificação precoce dos miomas é essencial para determinar o tratamento mais adequado e evitar complicações”, explica o Dr. Travessa.
As opções de tratamento variam conforme os sintomas, o tamanho e a localização dos miomas, além do desejo da paciente de preservar a fertilidade. A Dra. Gabrielli Tigre, ginecologista do IBCR, destaca a importância de um acompanhamento médico regular.
“Os tratamentos podem incluir medicamentos, procedimentos minimamente invasivos como a embolização das artérias uterinas, e cirurgias que vão desde a miomectomia, que remove apenas o mioma, até a histerectomia, que remove todo o útero. Cada caso precisa ser avaliado individualmente”, diz.
Julho é o mês de conscientização sobre os miomas uterinos, ressaltando a importância de manter um estilo de vida saudável e realizar exames ginecológicos regulares para o diagnóstico precoce e tratamento eficaz dos miomas. A experiência de Ramaiana destaca como a intervenção médica adequada pode transformar vidas, devolvendo a saúde e a esperança a muitas mulheres.