Brasil tem 5,4 milhões de jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram emprego, aponta MTE

Um levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgado nesta terça-feira (28) revelou que o número de jovens que não estudam, não trabalham e nem estão procurando emprego aumentou no primeiro trimestre deste ano. Nos três primeiros meses de 2023, o Brasil tinha 4 milhões de jovens entre 14 e 24 anos nessa situação. Esse número subiu para 5,4 milhões no mesmo período de 2024. Esses jovens são classificados como “nem-nem”.

De acordo com informações do R7, do total de 5,4 milhões, 3,2 milhões são desocupados, sendo 51% mulheres e 65% negros. Entre os jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram emprego, 60% são mulheres, a maioria com filhos pequenos, e 68% são negros.

Em 2024, a população ocupada na faixa etária entre 14 e 24 anos é de 14 milhões, sendo que 45% (6,3 milhões) trabalham na informalidade, segundo o levantamento.

Conforme a pesquisa, do total de jovens ocupados, apenas 12% (cerca de 2 milhões) atuam em ocupações técnicas, atividades culturais ou da informática e comunicações, que têm menor taxa de informalidade. A maioria, cerca de 12 milhões, exerce ocupações de baixa qualificação ou remuneração, aponta o estudo.

Segundo o G1, dobrou entre 2011 e 2024, o número de aprendizes no Brasil. Atualmente, são 602 mil. E o levantamento destaca que 59% deles não concluíram o ensino médio. Esse nível de escolaridade explica o tipo de postos de trabalho da maioria dos aprendizes, que são ocupações formalizadas e “que pagam as contas”, mas nem sempre apontam para caminhos futuros.

As principais ocupações atualmente são: auxiliar de liderança, assistente administrativo, repositor de mercadorias, vendedor de comércio varejista, alimentador de linha de produção, mecânico de manutenção de máquinas, embalador, escriturário de banco, auxiliar de logística, operador de caixa e almoxarife.

Já o número de estagiários cresceu de 642 mil em 2023 para 877 mil em 2024, um aumento de 37%. Mais da metade (51%) atua em empresas privadas, mas há uma elevada parcela no setor público (40%), principalmente na administração pública (30%) e Justiça (7%). Além disso, para somente 46% dos estagiários, havia declaração de bolsa-auxílio ou salário de contratação. O valor médio no país varia de R$ 712 a R$ 1.314, dependendo da jornada de trabalho.