Avó da criança que morreu após ter 20% do corpo queimado em Salvador é de Mutuípe e lutava pela guarda da menina

Nesta quarta-feira (26), dias dos avós, a imprensa teve conhecimento do óbito de Maria Eduarda Costa Santos, de apenas 11 anos, vítima de queimaduras com álcool, em 16 de julho, no bairro da Paz, em Salvador.

O Mídia Bahia conversou por telefone com D. Erenita Santos de Sousa, conhecida como “Bia”, ela é avó de Eduarda, e reside em Mutuípe, cidade do Vale do Jiquiriçá, distante 240 km da capital baiana.

Bastante revoltada com o acontecido, ela contesta a informação que tenha sido uma fatalidade e fala da batalha na justiça para conseguir a guarda das netas. “A gente tem feito o possível para salvar a vida dessas crianças, o possível e o impossível, e a justiça ainda não entendeu, nem Eduarda morrendo, vindo a óbito por negligência, porque a palavra que pode definir é essa, não foi fatalidade, foi negligência (…)” argumentou ela na conversa, dizendo que acima de qualquer necessidade a segurança das netas deveria ser a prioridade.

De acordo com a Avó, mesmo sendo uma criança, Eduarda era a líder na casa, “(…) eu chamava ela de minha guerrinha,” disse ela, atestando que a menor, tomava conta das outras irmãs. D. Erenita, disse que a luta pela guarda das crianças é antiga, duas delas já estão sob sua tutela após decisão judicial.

Erenita disse ainda que sua irmã, que mora em Salvador, teria emprestado o dinheiro para que os pais de Eduarda pudessem comprar o gás, porém a quantia teria sido usado para outros fins, conforme a informação que ela obteve.

Durante a conversa com o Mídia Bahia ela também argumentou da necessidade em manter as crianças em segurança para prover o sustento, “(…) fatalidade é um acidente onde um carro bate e a pessoa morre, mas uma coisa que poderia ser evitada, eu não vou rotular como fatalidade, eu não aceito isso” Finalizou ela.

A filha de Erenita, também é mutuipense, ela constituiu família em Salvador e tem quatro filhos.

O que disse o pai sobre o acidente

Segundo o pai de Eduarda, ele e outras três crianças estavam no imóvel no dia em que ocorreu o acidente, o fogo teria atingindo uma cortina e a fiação elétrica do imóvel, agravando a situação.

A criança deu entrada no Hospital Geral do Estado, mas não resistiu aos ferimentos e foi a óbito após 9 dias internada. Na manhã de hoje, o corpo seguia no Instituto Médico Legal, ainda sem previsão de liberação para sepultamento.

Ele contou à TV Bahia, que o fogão foi improvisado, após o gás de cozinha acabar na tarde de sexta-feira (14), e eles terem conseguido o dinheiro emprestado para a substituição do botijão, que em média custa R$ 125 (centro e vinte e cinco reais), justamente a informação contestada.