André Valadão volta atrás após discurso contra LGBTs: “Não é sobre matar”

Após incitar a violência contra pessoas LGBTQIA+, André Valadão usou as redes sociais para acusar a mídia de distorcer o discurso feito por ele em um culto religioso na Igreja da Lagoinha, em Orlando, nos Estados Unidos, no fim de semana.

Apesar de dizer que se Deus pudesse “matava tudo e começava de novo”, ele afirma que não sugeriu o extermínio da comunidade LGBTQIA+.

“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais”, afirma o pastor. “Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês”, disse o pastor em um trecho da polêmica pregação.

Segundo André Valadão, a interpretação da mídia e dos internautas foi equivocada. “Nunca será sobre matar, segregar, mas será sim sobre resetar, levar de volta a essência, ao princípio…. sim cabe ao que crê em Jesus levar a mensagem do recomeço, reset, reinício, nascer de novo e viver não mais para si, mas para Deus e suas leis”, alegou na legenda de um vídeo.

“Nunca será sobre matar pessoas, Deus nos livre deste terrível pecado, violência ou discriminação, mas sobre a liberdade de viver o que crê. A série #censuranao é sobre isso, e a cada dia que passa vemos leis, mídias, educação e um sistema mundial tentando acoar a verdade da fé que um cristão genuíno carrega”, completou.

As falas de Valadão na Igreja da Lagoinha geraram revolta e pedidos de prisão. “As vezes eu acho q ele tá forçando a barra pra ser preso, ou processador, e dizer: ‘Viu, querem acabar com o cristianismo, estamos sendo perseguidos, vejam vejam!’”, opinou um internauta.

“Sou evangélico e repúdio totalmente as afirmações desse ‘pastor’. Isso é um desconhecimento, no mínimo, profundo das sagradas escrituras. Gente, ignorem esse ser. Jesus é misericordioso e acolhe a todos nós, independente da sexualidade. Comunidade LGBTQIA+ merece respeito”, declarou outro.

A ascensão do bolsonarismo catalisou o dogma religioso no debate público. Esse é, um fundamentalista religioso, que se sente livre para, abertamente, incitar seguidores a matarem lgbts. Não é um “caso isolado”. Temos uma espécie de teocracia miliciana se formando”, opinou o jornalista César Calejon.

De novo!

Essa não é a primeira vez que o pastor é acusado de incitar o ódio contra a população LGBTQIA+. Em junho, durante um culto na mesma igreja em Orlando, por exemplo, ele comparou gays a criminosos. A deputada federal Erika Hilton protocolou uma denúncia contra André Valadão no Ministério Público de Minas Gerais por crime de homotransfobia.

Metrópoles