Os conflitos entre Rússia e Ucrânia, que começaram em fevereiro deste ano, acontecem em terras distantes, mas têm impactos muito próximos para os baianos, principalmente para o agronegócio. A maior preocupação atual é em relação aos fertilizantes. É que 25% desse tipo de produto utilizado em solos baianos vêm da Rússia, que está com baixa produção e embargos em relação a transporte. Com isso, já há escassez de fertilizantes, aumento de preço e incertezas em relação à próxima safra. Quanto mais a guerra se entende, mais prejuízos a Bahia acumula.
Os fertilizantes químicos funcionam como um tipo de adubo, usados para preparar e estimular a terra para o plantio. Os principais são: potássio, nitrogênio e fósforo. Nos últimos 30 dias, o cloreto de potássio, que incorpora o potássio ao solo, teve aumento de 200%. A ureia, que compõe o adubo nitrogenado, teve aumento de mais de 100%. O fosfato chegou a 90% de aumento.
Quem traz os dados é o secretário de agricultura da Bahia, João Carlos Oliveira. Ele ressalta a alta dependência do Brasil como um todo em relação aos produtos de fora. “Os nossos solos são muito dependentes de adubação química, principalmente do nitrogênio, fósforo e potássio. Mas a pergunta é: como um país que tem a agricultura como base econômica é altamente dependente da importação de insumos determinantes para a produtividade?”, questiona