FORNOS CLANDESTINOS PARA PRODUÇÃO DE CARVÃO SÃO DESTRUÍDOS NA BAHIA

Cerca de 1.070 fornos clandestinos foram destruídos nas cidades baianas de Teixeira de Freitas, Alcobaça, Nova viçosa, Mucuri e Caravelas durante uma operação batizada “Cruzeiro do Sul”, que envolve a Polícia Militar, o Ministério Público e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). O carvoeiro Devaldo Rodrigues trabalha na produção de carvão há cinco anos e agora se mostra preocupado com o desemprego. Na operação, realizada na terça-feira (12), ele teve dois fornos destruídos. “A churrascaria vinha aí, levava com trator à noite. Dava para a gente ir vivendo porque não tem outra alternativa”, relata o trabalhador.
Quase 60 famílias viviam do carvão em Juerana e tiveram que parar depois da operação. “O pessoal dependia muito desse carvão para sobreviver. Isso é uma coisa que deveria estar mais legalizada em relação ao sustento do pessoal da comunidade”, aponta Romildo Dias, presidente da Associação dos Residueiros de Juerana. Desde dezembro do ano passado, várias pessoas foram presas nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia por causa da chamada “Máfia do Carvão”, que sonegou mais de R$ 1 bilhão em impostos. A produção do carvão na região sul da Bahia é considerada ilegal porque na fabricação os carvoeiros usam madeira de árvores como o eucalipto. (G1)