A Polícia Civil pediu a prisão do namorado da empresária Ludmila Aragão Campos, 41 anos, desaparecida no último dia 27 após embarcar no ferry boat (ver aqui).
Charles Adamo Jesus de Araújo teve o pedido de prisão feito pelo delegado Ricardo Amorim, titular da 24ª Delegacia (Vera Cruz) e acatado pela justiça na sexta-feira (31). A informação é da assessoria de comunicação da Polícia Civil.
Segundo a família de Ludmila, ela e Charles haviam discutido e partiram da localidade de Aratuba, em Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, no carro dela, um Renault Sandero, no sentido Salvador. O carro destruído pelo fogo foi encontrado terça-feira (28) com um corpo carbonizado em uma fazenda na região de São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador.
“Decretada? Decretada agora depois que ele fugiu? Era para ele ter ficado detido quando já tinham dito na delegacia que ele foi visto entrando na casa de Mila. Está sendo muito sofrido para a gente. Fiz uma promessa que a gente vai conseguir enterrar os restos mortais dela. Não consigo comer e nem dormir. Tenho dois filhos, mas não penso em outra coisa. Estamos nos juntando para fazer uma manifestação”, declarou Cássia Aragão, prima de Ludmila, na manhã desta segunda-feira (3). Ela não dissse quando e onde será a manifestação.
A família procurou a polícia para registrar o desaparecimento na terça. De acordo com informações de parentes, o casal havia brigado e, no dia anterior, um homem foi visto por vizinhos saindo da casa de Ludmila, antes que a residência fosse destruída pelo fogo. Horas depois, a empresária e seu veículo, que estavam na garagem de casa também sumiram do local.
suspeita deles é que o namorado tenha ateado fogo na casa e raptado a mulher para, em seguida, matá-la. A hipótese ganhou força depois que a polícia encontrou na terça-feira (28) o veículo de Ludmila carbonizado numa estrada de terra. Imediatamente os familiares da empresária foram acionados e identificaram no local o Renault Sandeiro de cor cinza, de placa PNZ 5A44, como sendo dela. A identificação foi possível pela numeração do chassi.
O namorado havia sido ouvido pela polícia na quarta-feira (29) e liberado em seguida, após negar o crime. Na quinta-feira (30), a mãe da empresária, Raimunda Campos, foi ao Departamento de Polícia Técnica (DPT), para realizar exames de DNA e tentar reconhecer o corpo – que permanece no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues. O DPT informou que aguarda a família trazer um prontuário odontológico para a possibilidade de identificação.
Raimunda Campos e sua filha haviam tido um último contato na segunda-feira (27) pelo celular, horas antes do desaparecimento dela. Ludmila resolveu ligar para a mãe e avisar que não aguentava mais as mensagens de ciúmes do namorado. Raimunda conta que após o sumiço da filha, recebeu uma ligação da irmã, que a avisou sobre o incêndio na casa dela.
Ludmila Aragão é soteropolitana, filha única e empreendedora. Ela havia acabado de iniciar um novo negócio em Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, após se formar em gastronomia e decidir abrir um restaurante, há cerca de dois meses. Ela estava se relacionando com o namorado há sete meses, segundo a família. (Correio)