‘É DE TIRAR O CHAPÉU’, DIZ OBSTETRA SOBRE AVÓ QUE GEROU AS NETAS EM GO

Pais biológicos com as gêmeas
O médico que realizou o parto da dona de casa Maria da Glória, de 52 anos, – que emprestou o útero para gerar as netas gêmeas – elogiou a iniciativa da avó. “Devemos tirar o chapéu”, declarou o obstetra Pedro Sebastião Rodrigues. As gêmeas nasceram na noite de segunda-feira (7) em um hospital de Goiânia.
“Quase ninguém faz isso. Acho interessante, sobretudo nas circunstâncias dessa família, que a mãe biológica não tem útero. Mostra uma valorização da família, demonstra apreço da Maria da Glória pela família”.
As meninas nasceram por volta das 20h em um hospital no Setor Aeroporto. Para engravidar, a dona de casa teve de voltar a menstruar – o que já não acontecia há cinco anos – e emagreceu 11 kg.


Mãe biológica das meninas, a funcionária pública Fernanda Medeiros, de 34 anos, contou que na primeira noite no hospital, após o nascimento, não dormiu: “Passei a noite inteira acordada. Qualquer suspiro mais forte delas eu pulava para ver o que era. Estou muito feliz”.
Maria da Glória deve receber alta nesta quarta-feira (9), segundo informou o médico. A data da alta das gêmeas ainda não confirmada.
Parto
A cirurgia cesariana ocorreu bem e as gêmeas, que nasceram na 36ª semana de gestação, não precisaram ficar internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O parto estava previsto para acontecer no final desta semana, quando Maria da Glória completaria 37 semanas de gravidez. A família é de Santa Helena de Goiás, mas já estava em Goiânia aguardando pelo nascimento das gêmeas.
A cesariana, no entanto, foi antecipada porque, segundo o obstetra Pedro Sebastião, o líquido da bolsa de uma das gêmeas começou a diminuir. De acordo com ele, elas estavam em placentas diferentes.
A notícia do nascimento pegou de surpresa toda a família, que havia ido ao hospital para uma consulta de rotina. “É uma felicidade que não tem tamanho”, descreveu Fernanda, emocionada, enquanto a mãe estava na sala de cirurgia.
De pé do lado de fora do centro cirúrgico, ela não conseguia disfarçar a ansiedade. “Meus Deus, meu coração está quase parando de bater. Se nasce um bebê, nasce uma mãe. Hoje eu estou nascendo”, disse a funcionária pública, em meio a lágrimas, enquanto esperava o nascimento das filhas gêmeas.