Tratamentos de doenças graves estão em risco por falta de medicamentos na Bahia

Falta desde dipirona injetável para aplicar em pacientes com dores e ocitocina para indução de partos até medicamentos essenciais nos tratamentos mais graves contra o câncer, leucemia, esquizofrenia e HIV. É essa a situação atual do sistema público de saúde baiano, que sofre com a falta total ou risco de desabastecimento de 35 medicamentos dos cerca de 120 que são fornecidos pelo Ministério da Saúde (MS). A informação é da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Dos 35, 18 estão com estoque zerado e 17 quase no fim.

O desabastecimento atual é influenciado pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia. O conflito joga o valor do dólar para cima e reduz a capacidade de entrega dos medicamentos por parte dos fornecedores. No entanto, o superintendente de Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologia da Sesab, Luiz Henrique Gonzales d’Utra, afirma que os atrasos nas entregas do MS são comuns há pelo menos três anos e meio. “Todo mês tem 10, 15 ou 20 medicamentos em falta”, afirma.

O MS respondeu sobre o desabastecimento por meio de nota, mas sem citar o que tem provocado os atrasos nas entregas para a Bahia. “O Ministério da Saúde trabalha sem medir esforços, juntamente com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para verificar as causas e articular ações emergenciais para mitigar o desabastecimento dos medicamentos citados”, afirma trecho da nota da pasta federal.

O desabastecimento não atinge apenas os estoques da Sesab e dos hospitais. Nas farmácias, desde que a guerra começou, o desabastecimento começou a ser notado e, no fim de abril, chegou ao ápice. É isso que conta Débora Almeida, farmacêutica de uma rede privada de farmácias em Salvador. Leia mais no Correio 24 horas