Petrobras Novo presidente, Bendine assumirá Petrobras com diretoria de interinos

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Até escolher os diretores com que deseja repartir o comando da Petrobras, Aldemir Bendine vai herdar uma diretoria interina, escolhida por Graça Foster e os subordinados que renunciaram ontem.  Os novos nomes foram apresentados ontem, por telefone, à presidente Dilma Rousseff.  A lista é composta por funcionários de carreira,  que só aceitaram assumir os cargos com a condição de serem de fato interinos. Existe hoje no corpo técnico da Petrobras uma grande desconfiança do governo e um mal-estar com a forma como Graça e sua equipe direta foram tratados pelo Palácio do Planalto  – a ponto de alguns dos convidados inicialmente terem recusado até assumir o cargo de forma provisória.   

Na diretoria de exploração, em que estava até então José Formigli, ficará a gerente-executiva de engenharia de produção Solange Guedes. Para o lugar de Almir Barbassa, diretor financeiro,  a diretoria apresentou o nome do gerente-geral de participações, Marcus Resende – que já  atuava nos bastidores naa discussão com as firmas de auditoria sobre o balanço da estatal; Bendine, porém, preferiu Ivan Monteiro com quem já trabalhou no Banco do Brasil.   Hugo Repsold,  gerente-executivo de gás e energia,  sobe na hierarquia e ocupa o lugar que até hoje era de José Alcides Santoro. Na área de abastecimento, de que renunciou José Carlos Cozenza, ficará Antônio Rubens Silvino, ex-presidente da subsidiária Liquigás. No início de 2014, ele já havia sido deslocado para a gerência de marketing e comercialização da estatal para ocupar o  lugar de Raimundo Pereira, executivo  ligado ao ex-senador José Sarney que foi afastado por Graça Foster logo que emergiram as primeiras revelações do petrolão.

 

Bendine é funcionário de carreira do BB. Entrou como estagiário e assumiu a presidência da instituição em abril de 2009, substituindo Antônio Francisco Lima Neto. Nos últimos meses, sua saída da instituição era dada como certa depois que uma reportagem da Folha de S. Paulo afirmou que o executivo teria beneficiado Val Marchiori em linhas de crédito para sua empresa. Além disso, o ex-motorista de Bendine também afirmou ao Ministério Público Federal que teria realizado diversos pagamentos em dinheiro vivo a pedido do patrão.

Em janeiro, a Casa Civil exonerou Paulo Rogério Caffarelli do cargo de secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda. Ele é um dos cotados para comandar o Banco do Brasil neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.