Manifestantes realizam protesto pela reabertura das escolas: “precisamos planejar esse retorno”

Profissionais da educação e pais de alunos realizaram na manhã deste sábado (16), em Salvador, uma manifestação em frente à Secretaria de Educação do Estado, no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador, para reivindicar a volta das aulas presenciais. O mesmo ato, seguido de uma carreata, acontece em outras cidades, entre elas as capitais Belo Horizonte, João Pessoa, Maceió, Porto Velho São Paulo e Vitória.

As escolas estão fechadas desde março de 2020 devido a pandemia do novo coronavírus e ainda não há previsão para reabertura. Os grupos de pais e escolas elencam diversos argumentos pela volta às aulas. De acordo com o presidente da Associação Baiana dos Profissionais da Educação Infantil, Bruno Sepúlveda, dentre as principais reivindicações está a apresentação de um protocolo de segurança para ser cumprido pela escolas. 

“A gente já está preparado dentro daquilo do que a gente espera do que vai acontecer, mas precisamos desse documento para saber o que tem a mais e ainda não cumprimos. Isso requer custos, vai ter investimentos nisso e num momento desse em que as escolas estão vivendo a pior crise da história, falar de financeiro é complicado e esperar para apresentar isso faltando dois dias ou uma semana é uma maldade. A maneira que a educação vem sendo tratada na Bahia é uma verdadeira crueldade”, disse Sepúlveda que também cobra a participação das instituições, sindicatos e associações no planejamento de retorno das atividades acadêmicas presenciais.

“Não são os secretários de educação que têm que definir. Isso tem que ser discutido junto com os sindicatos, associações de representação. Precisamos sentar e planejar esse retorno e isso está faltando”, afirma.

Ele ressalta ainda que a maioria dos profissionais e pais de alunos não se adaptou ao modelo de aula online instituído desde o início da pandemia. “Foi um verdadeiro terror para escolas, para os profissionais de educação que tiveram que se reiventar, porque ninguém estava preparado para isso, e também para as famílias. Na educação infantil, as crianças precisam da interação com o outro. A aula remota é uma tentativa de manter a educação, mas não atende as necessidades e por isso é preciso ter o presencial”, diz. 

O manifestantes afirmam ainda que as instituições de ensino são ambientes mais seguros para as crianças do que shoppings, restaurantes e outros estabelecimentos que já reabriram e aos quais elas têm sido levadas com suas famílias.

Para Sepúlveda, o modelo híbrido de aulas – presencial e online – é o mais indicado para o primeiro momento após o retorno das atividades. “Defendemos o retorno das escolas no sistema híbrido no primeiro momento, depois o presencial, mas sempre com a opção para as famílias que não quiserem levar seus filhos usar o sistema remoto. A gente respeita quem não quer levar os seus filhos para a escola, porém muitas dessas pessoas não estão respeitando o direito de quem precisa e de quem quer levar os seus filhos para a escola”, argumenta.