Justiça rejeita pedido de censura a “Lindinhas”, lançado na Netflix

O juiz Luiz Fernando Rodrigues Guerra rejeitou pedido feito pela organização religiosa Templo Planeta do Senhor para censurar o filme “Lindinhas” (Mignonnes), lançado na Netflix. O longa, que foi premiado no Festival de Sundance, foi acusado pela ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) de sexualizar crianças, ecoando críticas feitas nos Estados Unidos. “Estou brava, Brasil! Estou muito brava! É abominável uma produção como deste filme”, escreveu a ministra em suas redes sociais.

“Lindinhas” conta a história de Amy, uma garota senegalesa de 11 anos que se muda para a França com a família. A menina conhece um grupo de dança de garotas da sua idade, o que não é aprovado por sua família religiosa. Na ação em que pede censura ao filme da diretora Maïmouna Doucouré, a organização Templo Planeta do Senhor diz que as meninas do grupo de dança têm um comportamento inadequado para sua idade, com “vestimentas sensuais, blusas curtas e calças apertadas”.

Ao rejeitar o pedido de liminar, o juiz diz que a Netflix não violou a legislação e que o pedido de exclusão do filme é inconstitucional. Em nota, a Netflix declarou que o filme é um comentário social contra a sexualização das crianças. “É um filme premiado e uma história poderosa sobre a pressão que jovens meninas enfrentam nas redes sociais e também na sociedade. Nós encorajaríamos qualquer pessoa que se preocupa com essas questões importantes a assistir ao filme”.