Idosa é resgatada após 72 anos de trabalho escravo doméstico no Rio

Uma idosa de 84 anos foi resgatada de condições análogas ao trabalho escravo no Rio de Janeiro, depois de passar 72 anos trabalhando como empregada doméstica para três gerações de uma mesma família. Ela não recebeu nenhum salário e trabalhava todos os dias.

Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, esse é o caso mais longo de exploração de um trabalho em escravidão contemporânea no país desde que a fiscalização a esse tipo de crime começou, em 1995. A informação é do Uol.

O resgate da trabalhadora, que é uma mulher negra, foi coordenado pela Auditoria Fiscal do Trabalho do Rio. Ela agora está em uma brigo e recebe acompanhamento psicossocial desde a semana passada.

A ação começou em 15 de março e segue em andamento, com negociação para pagamento de salários atrasados.

Os pais da idosa trabalhavam em uma fazenda no interior do Rio que pertencia a uma família de sobrenome Mattos Maia. Quando ela tinha 12 anos, passou a morar na residência do casal dono do local, já fazendo trabalhos domésticos. Depois da morte deles, passou a morar com a filha do casal, exercendo as mesmas atividades.

Recentemente, a idosa atuava como cuidadora da empregadora, mesmo tendo mais ou menos a mesma idade que ela. Na casa da família, morava também o neto dos patrões originais, e ela foi explorada pelas três gerações da família.

Embora a família alegue que a idosa era vista como alguém da família, vizinhos contam que ela era tratada como empregada, segundo a fiscalização. A irmã e uma sobrinha da idosa também confirmaram que a relação era de emprego. Contaram ainda que ela tinha a vida controlada pelo patrão, incluindo visitas e telefonemas, o que prejudicava o contato dela com o mundo.