Exposição sobre sexualidade em museu ligado à prefeitura de Feira de Santana vira motivo de polêmica

Fonte BNews

Um vereador evangélico de Feira de Santana foi às redes sociais para criticar uma exposição no Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira. Segundo o edil, o local “desrespeita” a população por causa de uma exposição que trata sobre sexualidade. A obra é do artista Mike San Chagas, que também é professor da UFBA, e é intitulada “Chroma Skema”. A obra também foi exposta em Salvador.

“Além de desrespeitar os valores da família, da criança e do jovem, desrespeitou uma lei municipal que proíbe qualquer exposição no município que venha falar de erotização e sexualidade”, declarou o vereador, em um vídeo (assista abaixo). “Isso não vai ficar assim”, sacramentou, afirmando ainda que vai procurar a Justiça para punir os responsáveis da exposição.

O museu é regido pela Fundação de Tecnologia da Informação, Telecomunicação e Cultura Egberto Tavares Costa –  órgão de administração descentralizada da Prefeitura de Feira de Santana.  Edson Machado, coordenador do museu, disse ao BNews que está surpreso com a polêmica criada pelo político. 

“Há 23 anos no museu nunca isso aconteceu. A pessoa que fez esse vídeo colocou fora do contexto. É uma obra em que a pessoa pode interagir, oferecendo três opções de leitura. É uma obra composta por 32 peças, onde o artista está retratando a vida em várias situações. E o erótico faz parte da vida. As pessoas que frequentam o museu não viram nada demais”, rebateu.

O representante do museu afirma ainda que as cenas foram mostradas pelo vereador fora do contexto e que as crianças não tiveram acesso ao conteúdo. “Inclusive, colocamos a obra na sala da frente, onde os funcionários estão sempre atentos. E quando ocorria de um menor se dirigir a essa obra, nós não permitíamos, porque a obra só aparecia a cena quando a gente mexe. Só os adultos tinham acesso”, revela.

Também procurado pela reportagem, Mike San Chagas disse que não sabe o teor das declarações do vereador, mas que tomou todo o cuidado junto ao museu para que a exposição fosse feita de maneira respeitosa e não agressiva. “Acho que a pessoa vê pelo viés que mais chama a atenção”, pontuou o artista.

A reportagem não conseguiu entrar em contato com a Secretaria de Comunicação da cidade.