CEPLAC, UFRB e produtores unidos em busca de soluções para a mortandade de craveiros no BAIXO SUL DA BAHIA

No inicio de 2017, produtores de cravo da índia dos municípios de Valença e Presidentem Tancredo Neves (PTN), preocupados com a crescente mortandade de craveiros reuniram-se na sede do município de PTN com a equipe técnica do Escritório da CEPLAC de Teolândia para discutir e programar ações pertinentes aos anseios do grupo.

Neste mesmo período, começava no auditório do escritório local da CEPLAC de Valença, reuniões entre técnicos da CEPLAC, produtores e representações de outros municípios produtores de cravo da índia, visando buscar soluções para a ocorrência da mortandade de craveiros, organizar os produtores com a criação de uma associação (APROCRAVO), e elaboração do
sistema de produção do cravo da índia para o Baixo Sul da Bahia.

Após a reunião ocorrida em PTN, foi realizado outro encontro, também em PTN, com a presença produtores, equipe técnica do Escritório da CEPLAC de Teolândia, pesquisadoresm fitopatologistas do quadro técnico da CEPLAC, os Drs. Givaldo Niella e Antonio Zozimo, e do Prof. Dr. Jose Luiz Bezerra, também fitopatologista e orientador de curso de doutorado da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB. Foi definido a realização de pesquisas para estudar as causas da mortandade de craveiros, a serem desenvolvidas pelo doutorando da UFRB, Julielton Santos da Silva, com o apoio dos produtores e CEPLAC.

Em novembro de 2017, iniciou-se a coleta de materiais infectados em craveiros doentes e mortos, nos municípios de Valença, Taperoá, Ituberá, Camamu, Teolândia e Presidente Tancredo Neves

Mudas de craveiros, oriundas dos diversos municípios, doadas por produtores, foram encaminhadas para a UFRB em Cruz das Almas visando desenvolver as pesquisas com o objetivo de identificar as causas da mortandade dos craveiros Das analises preliminares efetivadas nos materiais coletados nas fazendas produtoras de cravo da índia no Baixo Sul da Bahia foi isolado consistentemente, em meio de cultura, o fungo Cytospora eugeniae, agente causal da morte descendente do cravo da índia em Zanzibar e Indonésia, com registro também no Brasil. Com menos frequência, foi isolado o fungo Crysoporthe cubensis, causando a morte de plantas jovens e galhos de cravo da índia. Este fungo é relatado em cravo da índia nos países mencionados acima, tratando-se de uma espécie polífaga e cosmopolita. Estes fungos são encontrados nos troncos mortos dos craveiros no Baixo Sul da Bahia, onde se reproduzem abundantemente espalhando a doença.

Além desses fungos, foram encontrados outros não prejudiciais ao cravo da índia que podem ter papel ecológico importante no ecossistema. As pesquisas, serão desenvolvidas por mais dois anos, para serem concluídas.
Fonte: CEPLAC – Escritório Local de Teolândia/PTN NEWS