Bolsonaro pede em rede nacional o fim do “confinamento em massa”

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na noite desta terça-feira (24/03) que a crise causada pelo avanço do coronavírus no Brasil “[em] breve passará”. O mandatário da República aproveitou para criticar medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos, sem citar nomes, e convocou o país a “voltar à normalidade”. Para o chefe do Executivo, os brasileiros devem “abandonar o confinamento em massa“, pois “o grupo de risco é das pessoas acima de 60 anos”.

O presidente achou tempo ainda, nos cinco minutos de pronunciamento à nação, para ironizar o médico Drauzio Varella, mesmo sem citar o nome dele. Foi uma referência a um vídeo de Drauzio de janeiro deste ano, com informações desatualizadas sobre o coronavírus, que até então não havia chegado ao Brasil. O vídeo foi replicado nesta semana por um dos ministros de Bolsonaro, Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e retuitado por um filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). O Twitter decidiu remover as postagens, por identificá-la com fake news, já que o próprio Drauzio vinha denunciando que o vídeo estava sendo usado fora do contexto.

A mídia foi atacada pelo presidente na fala por, segundo ele, ter criado uma “verdadeira histeria” sobre os riscos do coronavírus e lembrou que a Itália, país que mais sofre as consequências da pandemia atualmente, “tem grande número de idosos e um clima completamente diferente do nosso”.

A fala ocorreu em em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão. Veja a íntegra da mensagem:

Outro tom
Mais cedo nesta terça, o presidente teve reuniões virtuais com governadores das regiões Centro-Oeste e Sul, nas quais apresentou a proposta que havia discutido com os chefes dos estados do Norte e do Nordeste na segunda-feira (23/03), de recompor os repasses do Fundo de Participação do Estados (FPE) e de suspender o pagamento da dívida dos estados com a União.

Na segunda-feira (23/03), no início do esforço para reconstruir pontes com governadores, o presidente havia anunciado um pacote econômico de socorro a estados e municípios. As ações para conter o novo coronavírus incluem suspensão de dívidas, facilitação de empréstimos, criação de linhas de crédito e transferências adicionais de recursos. O plano, conforme cálculos do governo federal endossados pelo chefe do Executivo, soma R$ 85,8 bilhões.