Bolsonaro anuncia Auxílio Brasil de R$ 600

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira que vai aumentar o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600. Bolsonaro, porém, não explicou como o benefício será custeado

“Como a imprensa está anunciando, o Auxílio Brasil vai passar de R$ 400 para R$ 600. É o governo entendendo os sofrimentos dos mais humildes e, dessa forma, buscando atender a todos”, disse em discurso em cerimônia de entrega de moradias do Casa Verde e Amarela em João Pessoa (PB).

Esse aumento do Auxílio Brasil precisará da aprovação do Congresso para entrar em vigor.

O governo acertou com o Congresso incluir um aumento do Auxílio Brasil até o fim do ano na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos combustíveis. A cem dias da eleição, Bolsonaro também deve deve incluir uma bolsa-caminhoneiro de R$ 1 mil mensais e aumento no vale-gás para famílias de baixa renda (hoje, de R$ 53 a cada dois meses). Os benefícios valeriam até o fim deste ano.

O plano é usar os R$ 29,6 bilhões previstos na PEC e que seriam destinados à compensação de Estados que zerassem o ICMS sobre diesel e gás até dezembro deste ano. O valor ficaria fora do teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas públicas à inflação do ano anterior.

Vontades de Paulo Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu que quer aumentar o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 e lançar o auxílio-caminhoneiro, batizado de ‘Pix Caminhoneiro’, no valor de R$ 1.000. Inicialmente, o benefício que visa compensar a alta do diesel havia sido fixado em R$ 400, mas desagradou a categoria.

Segundo apurado pelo UOL, Guedes também apoia dobrar o valor do auxílio-gás, correspondente a 50% da média do preço do botijão de 13 kg. Essas três medidas já estavam ganhando força no Congresso e entre os ministros nos últimos dias e representam uma forma de aumentar a popularidade de Jair Bolsonaro em ano de eleição. Juntas, têm um custo total estimado de R$ 29 bilhões.

Objetivos

A aprovação das três medidas permitiria colocá-las no lugar da proposta que prevê compensação financeira aos estados que zerarem o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos combustíveis até o fim deste ano – já em tramitação no Congresso.

Dessa forma, o governo não precisaria depender dos governadores para reduzir os preços dos combustíveis na bomba, uma vez que acredita que os estados politizaram a questão do ICMS. Os governadores, em contrapartida, culpam a Petrobras pelos aumentos dos preços. Em alguns lugares do país, o diesel já se encontra mais caro que a gasolina.